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Consumidores buscam produtos mais baratos para almoço de Páscoa

Raissa Ribeiro diz que vai optar por peixes como dourada, pescada amarela e filhote FOTO: ANTONIO MELO
Raissa Ribeiro diz que vai optar por peixes como dourada, pescada amarela e filhote FOTO: ANTONIO MELO

Alexandre Nascimento

O domingo de Páscoa também costuma ser um dia para reunir a família em um almoço, alguns com pratos que levam produtos como bacalhau, azeite de oliva, chocolate entre outros, que estão cada vez mais caros. Apesar disso, as compras de produtos do almoço especial devem impulsionar o setor, uma vez que, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), são esperados um faturamento de R$ 3,44 bilhões em vendas para a Páscoa, um aumento de 4,5% em relação ao ano passado.

O azeite de oliva é um dos produtos que mais encarecem a lista do almoço da Páscoa e que, segundo a CNC, está 45,7% mais caro comparado com 2023. Em pesquisa nos supermercados, a equipe do DIÁRIO constatou que o preço do produto ultrapassa os R$ 100 entre as marcas mais nobres.

“Sem condições de comprar azeite de oliva, está muito caro. Apelo para essas marcas compostas, porque é o que cabe no bolso”, disse Célia Conceição, 58 anos, pensionista.

O mesmo acontece com o preço do bacalhau, uma vez que a iguaria também apresenta preço alto. O quilo do pescado de marca mais nobre está sendo comercializado a R$ 162,90 em alguns estabelecimentos, das marcas medianas o quilo pode ser encontrado a R$ 79,50 e nas versões desfiada e desossada a R$ 54,40. Consumidores também devem optar por alternativas, como os pescados regionais, uma vez que, comparados ao bacalhau, estão com preços bem mais em conta.

“O bacalhau pode ser nobre, mas pesquisando vi que preço não está dentro da nossa realidade. Então, como estou cumprindo o ritual da quaresma de não comer carne, o almoço da Páscoa também será peixe, mas será o da nossa região, como dourada, pescada amarela, filhote ou outros dos nossos variados peixes, já que estão mais baratos. Sem falar que, até a Páscoa, podem aparecer feiras específicas que devem oferecer nossos peixes regionais com preços promocionais”, declarou Raissa Ribeiro, 32 anos, nutricionista.

CHOCOLATE

O preço de manter a tradição do consumo do ovo de chocolate na Páscoa também tem sido alto já que, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA) está 20% mais caro, em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com a entidade, o preço mínimo desses produtos, de marcas convencionais, custa R$ 39,95 e máximo de R$ 105,95, sendo que as marcas mais renomadas podem chegar a mais de R$ 300.

“Já falei para meus familiares e amigos que, se eu for presentear com chocolate nessa Páscoa, não vai ser com ovos, mas com as caixas de bombons de chocolate ou essas barras porque estão bem mais baratas. Na melhor das hipóteses, só irei comprar os ovos se for depois do período e isso porque os estabelecimentos sempre fazem promoções para queimar o estoque”, ressaltou Paulo Brito, 36 anos, barbeiro.

Comércio

Apesar da alta nos preços, o comércio espera alta nas vendas, com um faturamento de pelo menos R$ 3,44 bilhões, uma vez que a Páscoa é a sexta data comemorativa mais relevante para o setor, segundo a CNC.

Além disso, ainda segundo a entidade, o período apresenta esse crescente desde 2016, que só foi interrompido no período mais crítico da pandemia. “Está caro, mas não tem como deixar de fazer o almoço para comemorar em família e pela relevância que a Páscoa tem”, concluiu Nazaré Rabelo, 67 anos, aposentada.