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Clientela é atraída pelo parcelamento de compras nas lojas de Belém

Algumas empresas incluem taxas de juros nas prestações, de acordo com o prazo escolhido pelos clientes que optam por esse meio. Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará
Algumas empresas incluem taxas de juros nas prestações, de acordo com o prazo escolhido pelos clientes que optam por esse meio. Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará

Diego Monteiro

“De nada adianta oferecer promoções atrativas se a loja não dispõe de formas acessíveis de pagamento”, reclama Marcilei Moraes, 53. Assim como a manicure, outros 56% dos consumidores procuram um estabelecimento comercial por causa das formas de pagamentos acessíveis oferecidas antes de fechar um negócio, aponta um estudo elaborado pelo eBay, empresa de comércio eletrônico.

A pesquisa revela que a diversificação desses formatos não apenas atende às preferências individuais dos consumidores, mas também amplia a base de potenciais compradores e aumenta as chances de concretizar vendas. Nas lojas espalhadas por Belém, é possível encontrar uma ampla variedade de produtos, desde eletroeletrônicos, móveis, calçados, roupas até louças e muito mais.

Entre as opções oferecidas pelas lojas, é possível pagar à vista e no PIX, com descontos aos clientes. Há também o uso do cartão de crédito, opção popular que permite parcelamento sem juros. Por outro lado, existe o crediário próprio, no qual o consumidor recebe um carnê para efetuar o pagamento, mas geralmente os juros são mais elevados.

Em meio a tantas possibilidades, Marcilei tem pesquisado a melhor forma para comprar um guarda-roupa. “Pensei em tirar um cartão da loja ou fazer uma análise para o crediário, mas cheguei a conclusão que a melhor coisa a fazer é esperar sair uma parcela do meu décimo terceiro e comprar à vista para não ter dor de cabeça e nem mesmo comprometer os próximos meses com parcelas”, disse.

Segundo os lojistas, oferecer uma variedade de opções de pagamento torna a negociação mais democrática, permitindo que todas as classes sociais possam adquirir bens, de acordo com cada realidade. Em relação às formas de pagamento mais utilizadas pela população de Belém, o crediário liderou as preferências representando 30% das vendas, seguido pelo cartão de crédito com 20%.

CONCORRÊNCIA

No bairro da Pedreira, o DIÁRIO visitou alguns estabelecimentos, cada um com uma proposta diferente e atraente. Na loja em que Alice Cabral, 34, é gerente, por exemplo, os produtos vendidos podem ser parcelados em até 30 vezes sem acréscimo de juros, desde que sigam os critérios estabelecidos para essa forma de pagamento.

A facilidade chama a atenção de quem passa pela frente do local, e muitos são atraídos pelos anúncios fixados na fachada da loja.

“Se analisarmos o volume de vendas, 50% correspondem ao crediário próprio e cartão de crédito, sendo que o restante se dilui com pagamentos em dinheiro, débito e PIX. Com o cenário econômico atual, pagar à vista é mais difícil”, afirma.

“Particularmente, as opções de pagamento aumentam o fluxo de caixa e a quantidade de clientes na loja. Além disso, quem não tinha condições para comprar um televisor ou um refrigerador, dois itens relativamente mais caros, consegue adquirir esses bens. É um ganho bilateral, onde não só a empresa em si cumpre o objetivo, mas o consumidor leva o produto desejado para casa”, completa Alice.

Contudo, é importante ficar atento a todas as condições oferecidas, planejar a compra e avaliar a forma de pagamento ideal para evitar apertos financeiros no final do mês.

Segundo o assistente de operações, Wandleysson Teles, o estabelecimento em que trabalha também oferece produtos parcelados em até 24 vezes, especialmente por meio do crediário próprio da loja. No entanto, ele ressalta que, nesse caso, quanto maior a parcela, maiores são os juros. “A proposta é apresentada ao cliente, que, antes de tudo, conhece o valor das parcelas de acordo com a forma de pagamento escolhida. Em seguida, após uma avaliação pessoal, se o consumidor considerar a proposta adequada ao seu orçamento, a compra é efetuada com sucesso”, conta.

Teles conclui: “De qualquer forma, a confiança na compra é uma das maiores ferramentas de negociação. É papel do vendedor apresentar todas as opções, esclarecer todas as dúvidas e compreender um pouco da realidade de cada cliente, para que a experiência de compra seja prazerosa e não se transforme em uma dor de cabeça. É assim que se fideliza um cliente, não apenas pela venda em si”.