CESTA BÁSICA

Cesta Básica no Pará: Preços sobem pelo segundo mês consecutivo em 2025

Dos 12 produtos que compõem a cesta básica, a maioria registrou aumento de preços em fevereiro.

Em fevereiro, o valor total dos produtos essenciais chegou a R$ 700,06 em Belém, acumulando uma alta de 5,14% nos dois primeiros meses do ano
Em fevereiro, o valor total dos produtos essenciais chegou a R$ 700,06 em Belém, acumulando uma alta de 5,14% nos dois primeiros meses do ano Foto: Ricardo Amanajás / Diário do Pará.

Pelo segundo mês seguido em 2025, o custo da cesta básica de alimentos no Pará registrou aumento, impactando o orçamento das famílias paraenses. Em fevereiro, o valor total dos produtos essenciais chegou a R$ 700,06 em Belém, acumulando uma alta de 5,14% nos dois primeiros meses do ano. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/PA), que monitora mensalmente os preços dos alimentos na capital paraense.

De acordo com o levantamento, a cesta básica em fevereiro ficou 0,32% mais cara em relação a janeiro, comprometendo quase metade (49,86%) do salário mínimo atual, que é de R$ 1.518,00 Para uma família padrão, composta por dois adultos e duas crianças, o custo total da alimentação básica atingiu R$ 2.100,18, o equivalente a 1,38 salários mínimos. Isso significa que o trabalhador precisaria dedicar 101 horas e 28 minutos do seu mês de trabalho apenas para garantir a compra dos alimentos essenciais.

Aumentos e quedas nos preços dos alimentos

Dos 12 produtos que compõem a cesta básica, a maioria registrou aumento de preços em fevereiro. O café liderou as altas, com um reajuste de 8,43%, seguido pelo tomate (6,99%), manteiga (1,31%), óleo de soja (0,78%), banana (0,75%), farinha (0,37%) e pão (0,19%). Por outro lado, alguns itens apresentaram quedas, como o feijão (-4,50%), carne (-2,69%), açúcar (-1,48%), leite (-1,37%) e arroz (-0,28%).

Comparativo anual e acumulado

No acumulado dos dois primeiros meses de 2025, o tomate foi o produto que mais subiu, com alta de 20,44%, seguido pelo café (18,29%) e óleo de soja (7,17%). Outros itens, como carne (5,88%), açúcar (5,81%) e banana (5,30%), também tiveram aumentos significativos. Em contrapartida, o feijão registrou queda de 6,07%, o leite recuou 3,06%, e o arroz caiu 1,63%.

Em relação ao mesmo período do ano anterior (fevereiro de 2024), o custo da cesta básica acumula alta de 5,25%, superando a inflação do período, que ficou em torno de 4,50%. O café foi o item que mais subiu em 12 meses, com aumento de 70,22%, seguido pelo óleo de soja (30,14%) e leite (19,97%).

Cenário nacional

A pesquisa nacional do DIEESE, que abrange 17 capitais, mostrou que em fevereiro de 2025 o custo da cesta básica aumentou em 14 cidades. As altas mais expressivas foram registradas em Recife (4,44%), João Pessoa (2,55%) e Natal (2,28%). Já Goiânia (-2,32%), Florianópolis (-0,13%) e Porto Alegre (-0,12%) apresentaram quedas.

Belém ocupa a 12ª posição no ranking das capitais com o custo mais alto da cesta básica. São Paulo lidera a lista, com o valor de R$ 860,53, enquanto Aracaju tem o menor custo, com com R$ 580,45.

Salário mínimo necessário

O DIEESE também calcula o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas, considerando despesas com alimentação, moradia, saúde, educação e outros itens essenciais. Em fevereiro de 2025, esse valor foi estimado em R$ 7.229,32.

O aumento contínuo no custo da cesta básica tem pressionado o orçamento das famílias paraenses, especialmente em um contexto em que o salário mínimo não acompanha a inflação dos alimentos. Com a alta dos preços, muitos trabalhadores precisam dedicar mais horas de trabalho para garantir o sustento básico, comprometendo outras despesas essenciais.

Enquanto isso, o DIEESE/PA segue monitorando os preços e alertando para a necessidade de políticas públicas que garantam a segurança alimentar e o poder de compra da população. A situação reforça a urgência de medidas que equilibrem os custos dos alimentos e promovam a estabilidade econômica para as famílias mais vulneráveis.

Fonte: DIEESE/PA e CONAB.