UMA FORRA

Carne fica mais em conta e consumo cresce, diz estudo

Pesquisadores da Good Food Institute (GFI) Brasil ouviram mais de duas mil pessoas das classes A, B e C de todas as regiões do país

Pesquisadores da Good Food Institute (GFI) Brasil ouviram mais de duas mil pessoas das classes A, B e C de todas as regiões do país
Pesquisadores da Good Food Institute (GFI) Brasil ouviram mais de duas mil pessoas das classes A, B e C de todas as regiões do país Foto: Octavio Cardoso/Diário do Pará

Assada, cozida ou na brasa, diferentes são as formas que a população consome a carne bovina, uma das proteínas mais ingeridas no Brasil. Isso porque, a pesquisa da organização Good Food Institute (GFI) Brasil mostrou que, no ano passado, 56% da população consumia a proteína bovina pelo menos duas ou mais vezes por semana. O patamar é superior aos 47% observados em 2022. Na prática, os números indicam que a carne bovina está mais presente no prato do brasileiro.

Os pesquisadores ouviram mais de duas mil pessoas das classes A, B e C de todas as regiões do país e analisaram que o aumento observado no consumo de carne de boi pode estar ligado à redução do preço após um período de alta nos últimos anos, principalmente depois da pandemia. O supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA), Everson Costa, destaca que o preço médio da carne de primeira consumida pela população em Belém, no mês de julho de 2023, custava R$ 37,32. Já em comparação com julho deste ano, o preço médio do quilo foi observado a R$36,17, o que registrou uma queda de 3,8%, conforme levantamento feito pelo órgão.

Everson destaca que importantes fatores foram decisivos para a diminuição do preço da carne e maior consumo pela população a partir do ano de 2023, como o arrefecimento de preços, aumento da produção bovina nacional e menores custos de produção da carne. Porém, no cenário local, o supervisor destaca que apesar da queda de 3,8% do preço da carne, não é uma queda significativa, mas que estimula o consumo do produto. “Para muitas pessoas que vivem com um salário mínimo e possuem várias pessoas na família, ainda continua caro consumir carne considerada de primeira”.

Supermercados

Nos supermercados, a população sentiu o preço menor no bolso. O vigilante Carlos Santana, 52 anos, compra carne pelo menos duas vezes na semana. De acordo com o trabalhador, são três quilos do produto adquirido semanalmente para o consumo em casa. “Achei que os preços deram uma caída recentemente. Mas ainda fica pesado no orçamento consumir carne toda semana. É custoso, mas temos que comprar”, comenta Carlos sobre a preferência pela proteína bovina. A professora aposentada Neide Oliveira, 60 anos, vai ao supermercado comprar o alimento pelo menos uma vez na semana. Em média, são cerca de quatro quilos de carne comprados semanalmente para alimentar a família composta por oito pessoas.

“Geralmente eu venho comprar picanha, alcatra, contra-filé e pá. Consumimos bastante em casa e quando acaba, logo venho comprar. Gosto da qualidade e preço”, destaca.

Letícia Palheta, psicóloga, 49 anos, afirma que sentiu o preço das carnes em geral diminuir nos supermercados, mas que há diferenças no valor do quilo das carnes entre os estabelecimentos. “Dependendo do bairro e supermercado, a gente consegue encontrar preços bons”. A psicóloga diz, ainda, que antes consumia outros tipos de carne, como frango, devido ao melhor preço. “Voltei a consumir mais carne vermelha com a diminuição recente do preço”.

Por Rafael Rocha