NATHALIA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Caixa Econômica Federal decidiu nesta quinta-feira (11) afastar Karla Montes Ferreira da função de superintendente de crédito pessoa física. No ano passado, ela atuou como gerente nacional da área responsável pelo crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil.
Em nota oficial, a Caixa informou que “a empregada de carreira está sendo dispensada da função gratificada por interesse da administração”. A informação foi publicada pelo G1 e confirmada pela Folha de S.Paulo.
Um dos motivos para a dispensa da funcionária da atual função foi seu envolvimento no caso do documento enviado ao UOL com tarjas para esconder informações sobre riscos e perdas na operação do consignado do Auxílio Brasil. A CGU (Controladoria-Geral da União) havia determinado que o banco desse transparência aos dados solicitados.
Após o ocorrido, o banco afirmou que iria apurar os responsáveis pelo descumprimento da orientação da controladoria e pela efetivação do consignado do auxílio.
A auditoria interna aberta para investigar a linha de crédito que passou a ser operada pelo banco público às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais do ano passado continua em andamento. Segundo interlocutores, outras decisões podem ser tomadas pelo banco nos próximos dias.
Em abril, Thays Cintra, que participou diretamente da elaboração do consignado do Auxílio Brasil, foi destituída da vice-presidência de Negócios de Varejo da Caixa.
A presidente do banco, Maria Rita Serrano, disse que a Caixa paralisou as operações do programa no início de sua gestão. No período em que o crédito estava liberado, o consignado alcançou a marca de R$ 7,6 bilhões para 2,97 milhões de clientes apenas na instituição, líder na concessão, sem contar os demais agentes financeiros.
Com o banco na mira de integrantes do centrão, que pressionam o governo Lula (PT) por uma reforma ministerial ampla, Serrano está ameaçada na presidência da Caixa.
O banco foi alvo de críticas do governo Lula pelo anúncio de cobrança de tarifa por transferências via Pix feitas por pessoas jurídicas. Depois de ordem do Palácio do Planalto, o banco recuou e suspendeu o início das operações.