O novo levantamento divulgado ontem (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA) revela que em maio o custo total da cesta básica de alimentos dos paraenses continuou mais caro pelo quinto mês consecutivo. No mês passado, o valor total da cesta comercializada na capital paraense alcançou o valor de R$ 726,38.
Dos 12 produtos básicos que integram a cesta de alimentos dos paraenses, os maiores aumentos foram registrados nos preços do café, com alta de 3,44%, seguidos pelo aumento do leite (2,31%), pão (2,09%), carne bovina (1,36%) e banana (0,57%). Além das altas nos valores, alguns itens da cesta básica também apresentaram recuos de preços, como o óleo de soja, com queda de -7,80%, seguidos do arroz (-3,91%), tomate (-3,11%), açúcar (-2,73%) e feijão (-1,94%).
O balanço do Dieese/PA, com base nas pesquisas dos cinco primeiros meses deste ano (janeiro a maio), ressalta que a cesta básica dos paraenses comercializada em Belém acumulou alta de 9,09%.
Este percentual supera em quase quatro vezes a inflação para o mesmo período, estimada em torno de 2,5%. O supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa, afirma que o aumento dos preços se manteve em metade dos itens da cesta, com os valores apertando o orçamento dos paraenses.
“Notadamente, aqui o café, o leite, o pão, a carne e a banana foram itens que mantiveram seus preços elevados e carregaram a cesta dos paraenses para o patamar de carestia, que comparado a nível nacional, coloca a capital paraense com o segundo maior reajuste acumulado neste ano de 2025”, explica o supervisor técnico com relação a alta de 9% na cesta básica nos últimos cinco meses.
Nos supermercados, a opinião de consumidores é unânime: o preço da cesta está pesando no orçamento das famílias. Conforme relata a auxiliar de escritório Ana Cláudia Teixeira, 56, o leite e o café são itens importantes no dia a dia, mas que estão subindo cada vez mais de preços. Para tentar se esquivar dos constantes aumentos que afetam o bolso, a auxiliar de escritório diz que costuma comprar também em atacadões. “A questão é se adaptar ao momento”.
Quando perguntada sobre qual item da cesta básica mais subiu de preço nos supermercados, a aposentada Margarida Pereira, 60, é categórica na resposta: o café. Além da bebida, Margarida afirma ainda que o leite e a carne também não estão convidativos. A aposentada explica que quando alguém da família encontra preços melhores, a dica é compartilhada entre os familiares sobre qual estabelecimento comprar. “Eu sou fiel às marcas que consumo. Mesmo elas aumentando de preço, não troco. Mas que está caro, está bastante”.
Para tentar superar a situação do encarecimento dos alimentos, Everson Costa comenta que é importante os paraenses continuarem a fazer pesquisa em diferentes estabelecimentos, tendo o controle da lista do supermercado, feira e até mesmo da padaria. “Infelizmente, ainda que ocorra um certo equilíbrio ou estabilidade de preços, a verdade é que eles ainda estão elevados”.