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Café e leite estão pesando mais no bolso do paraense

Segundo o Dieese Pará, os dois produtos tiveram constantes reajustes. Em abril, por exemplo, o quilo do café ficou 9,76% mais caro. Já o litro do leite apresentou alta de 5,38% no mesmo mês. Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.
Segundo o Dieese Pará, os dois produtos tiveram constantes reajustes. Em abril, por exemplo, o quilo do café ficou 9,76% mais caro. Já o litro do leite apresentou alta de 5,38% no mesmo mês. Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

Ana Laura Costa

Uma nova pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), aponta que o custo da cesta básica voltou a ficar mais caro. No mês de abril, o preço médio da alimentação básica foi de R$ 681,45. Dentre os itens que compõem a cesta básica, os reajustes de preços do café e do leite são os destaques.

De acordo com o Dieese Pará, o quilo do café ficou 9,76% mais caro no mês de abril. Já no balanço comparativo dos quatro primeiros meses deste ano, de janeiro a abril, a alta registrada foi de 10,98% e, nos últimos 12 meses a alta acumulada foi de 7,84%. Em relação ao litro do leite, o produto apresentou alta de 5,38%. De janeiro a abril, a alta registrada foi de 2,98%. Já nos últimos 12 meses, o reajuste no preço dos produtos foi de 2,40%.

Quem trabalha vendendo o tradicional café da manhã ou da tarde, nas padarias e lanchonetes espalhadas pela capital paraense, diz sentir o reajuste no bolso e imagina formas de equilibrar as contas sem perder a clientela. No bairro da Sacramenta, em uma padaria tradicional, o proprietário Antônio Figueiredo, de 68 anos, comercializa a xícara de café preto a R$ 2,50 e o tradicional café da manhã com pãozinho quente a R$ 5,00.

Ele conta que os cafés servidos não sofrem reajuste há anos, e não pretende aumentar o preço, para manter a clientela. “A gente sente o aumento nos preços tanto do café quanto do leite. Mas o café, por exemplo, só compro de uma marca e não abro mão, para manter a qualidade do serviço. Aí a gente consegue manter o padrão e a clientela também que já sabe o que vai consumir. Por enquanto, não pretendo repassar esse valor ao cliente”, disse.

Em uma tapiocaria situada na avenida Pedro Miranda, no bairro da Pedreira, José Maria, proprietário do estabelecimento, que dentre os serviços oferecidos, tem o café com leite e tapioca como o carro-chefe da casa, afirma que, com o aumento no preço do quilo dos dois produtos, não tem mais como manter os mesmos valores. Segundo ele, o quilo do café usado por ele na venda aumentou quase R$6,00.

“Antes, comprava o quilo do leite a R$ 38,00 em média, hoje já encontro por volta de R$ 44,00 a R$ 47,00. Vou ter que mexer nos preços para poder equilibrar, senão a gente fica tendo apenas trabalho”, ressalta.