O presidente Lula lança, na próxima quinta, 4, o Programa Gás do Povo, que passa a oferecer, de forma gratuita, botijão de gás de cozinha (GLP) para cerca de 16 milhões de famílias brasileiras, beneficiando cerca de 50 milhões de pessoas. O novo programa substitui o atual Auxílio Gás e elimina o repasse de recursos em dinheiro para essa finalidade, garantindo que o botijão de gás seja entregue diretamente às famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).
A estimativa é que cerca de 16 milhões de famílias passem a ser atendidas pela nova ação do governo federal a partir de 2026, totalizando entre 58 e 70 milhões de botijões distribuídos. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 já reservou R$ 5,1 bilhões para o programa.
O Auxílio Gás, criado em 2021, consistia em um repasse em dinheiro para subsidiar parte do preço do botijão de 13 quilos, mas era frequentemente insuficiente diante da escalada de preços que, em muitas regiões, ultrapassou os R$ 150 por unidade.
Com o Gás do Povo, o governo afirma que pretende “acabar com a intermediação” e garantir que o benefício chegue em forma concreta: o botijão entregue à porta da casa do beneficiário.
“É a diferença entre dar o cupom e entregar o produto. O gás é uma necessidade básica, e o povo não pode esperar” define o governo federal.
Impacto Social e Desafios do Programa
A medida busca enfrentar a desigualdade que levou muitas famílias a recorrer a alternativas perigosas para cozinhar, como o uso de lenha, álcool ou carvão. Além dos riscos de incêndio e queimaduras, essas práticas agravam problemas de saúde e aumentam o desmatamento em áreas vulneráveis.
De acordo com o governo, o preço real de produção do botijão gira em torno de R$ 37, mas a cadeia de impostos, distribuição e revenda multiplica esse valor em até quatro vezes para o consumidor final.
O novo programa será testado já em 2025 em algumas capitais e regiões metropolitanas. A intenção é alcançar capilaridade nacional até o início de 2026.
O lançamento do Gás do Povo também tem forte peso simbólico: marca a transição de uma política de auxílio emergencial para uma proposta de benefício contínuo.