Ana Laura Costa
No ano passado, o Brasil somou 90 milhões de empreendedores ou candidatos a empreendedores. Deste total, 42 milhões são pessoas adultas, com 18 a 64 anos, que já tinham um negócio ou realizaram alguma ação em 2023 desejando ter algo no futuro. Os outros 48 milhões não têm empreendimento mas gostariam de ter em até 3 anos.
Os dados são da pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM) 2023, realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe).
A flexibilidade de horário e a possibilidade de passar mais tempo de qualidade com a família são motivos que impulsionam algumas pessoas rumo ao empreendedorismo. A empreendedora Sabina Albarado, de 30 anos, passou quase cinco anos trabalhando de carteira assinada em uma autoescola da cidade, seu primeiro emprego.
No entanto, com a carga horária de trabalho intensa, sem tempo para se dedicar mais à família ou aproveitar momentos de lazer, decidiu junto ao esposo que pretendia pedir demissão e abrir o próprio negócio. “Foi então que engravidei, mas já estava com a intenção de sair, o horário era muito pesado e, praticamente, só dormia em casa. Antes da autoescola, trabalhei vendendo almoço com a minha mãe, aí surgiu a ideia de montar a lanchonete”, conta.
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Hoje, o ‘Chapadão Lanchonete’, que funciona na avenida Pedro Álvares Cabral, no bairro do Telégrafo, em Belém, é um negócio de família e oferece almoço e jantar com cardápio variado. “Ter a possibilidade de estar mais próximo da minha família é o que vale e já é muito melhor, consigo ter mais tempo com as pessoas que amo. Dessa forma também pude acompanhar o primeiro ano da vida dela”, ressalta.
Karla Amaral, de 36 anos, sempre atuou no ramo da beleza e trabalhou por conta própria, desde os 15 anos. Há 9 anos, ela decidiu abrir seu próprio salão de beleza, o “Studio Karla”, e passou a investir nisso. Atualmente, o salão funciona na garagem de sua residência, no bairro do Satélite, em Belém.
Mãe de dois adolescentes, Karla montou o salão no espaço há pelo menos dois anos, quando se mudou para a atual residência e estava grávida de seis meses. “Sou mãe solo e, dessa vez, queria participar do desenvolvimento, do crescimento, estar presente na vida dos meus filhos, por isso optei por alugar o espaço e investir num salão dentro da minha casa”, explica.
A proprietária trabalha sozinha e os serviços incluem a realização de maquiagem, extensão de cílios, design de sobrancelha e manicure. “Sempre tive um sonho de ter um salão e ser cabeleireira, então estou sempre buscando acrescentar algo, investindo em cursos, buscando novidades. Nada paga a liberdade de poder ficar com os meus filhos e vê-los crescer”, pontua.
