Pryscila Soares
Quem resiste a um bom café da manhã acompanhado de uma tapioca amanteigada ou de um pão quentinho? Na correria do dia a dia nem sempre sobra tempo para quem trabalha fora fazer uma refeição completa antes de sair de casa. É neste momento que os trabalhadores autônomos, que atuam com a venda de cafés, lanches variados e até refeições, entram em cena para suprir essa necessidade. Nas áreas mais movimentadas da capital paraense e nas feiras é comum encontrar carros de lanches e barracas que comercializam esses alimentos.
Apesar de haver bastante demanda para este tipo de negócio, esses trabalhadores precisam adotar estratégias para manter a atividade e, ainda, obter lucro. Um dos itens indispensáveis e que mais pesam no orçamento desses empreendedores é o gás de cozinha, que, em média, está custando mais de R$ 100 em Belém.
Foi o que apontou uma pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada entre os dias 28 de janeiro e 3 de fevereiro deste ano. De acordo com o levantamento, no período pesquisado, o preço médio do produto nos pontos de revenda estava custando R$ 101. Dependendo do local de compra, o produto pode ser encontrado a partir de R$ 89,90 a R$ 120.
Apesar de a agência apontar o preço máximo de R$ 120, o autônomo André Oliveira, 52, pagou R$ 125 na última remessa de gás que comprou na semana passada. Há 7 anos ele possui um carro onde comercializa café na avenida Rômulo Maiorana, atrás do Bosque Rodrigues Alves, no bairro do Marco. O empreendedor conta que a cada 20 dias compra três botijões de gás para utilizar no trabalho e mais dois para uso doméstico.
“Em dezembro estava pagando R$ 95 e agora está R$ 125. Está saindo muito pesado. Além do gás, pesa também o leite, queijo, manteiga e café que tenho que comprar sempre. A gente já espera porque sempre que aumenta a gasolina também aumenta o gás. Não sei quanto está agora, se ainda vou pagar R$ 125 ou mais. Aumento os preços uma vez a cada semestre, senão a gente não consegue manter. Tenho cinco funcionários”, relata.
NEGOCIAÇÃO
Já o empreendedor Luís Furtado, 54, que atua há 28 anos com a venda de lanches em frente a uma escola particular, na capital, negociou com uma revenda para ter desconto na compra do gás, já que ele precisa adquirir um por semana para manter o negócio em funcionamento. O carro-chefe da atividade de Luís é a pizza brotinho, que ele prepara e assa na hora num forno a gás.
“Compro o gás a R$ 100. É um por semana trabalhando de segunda a sexta-feira. Se estivesse mais em conta ajudaria. Mas compro num local certo, onde me vendem um pouco mais barato porque negociei com eles. Estou mantendo os mesmos preços dos lanches desde o ano passado. A pizza é a que sai mais e consome o gás também para fazer”, conta.