Irlaine Nóbrega
Belém é a 11ª capital que apresentou aumento no preço da cesta básica com 1,27%. Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA) apontou que o custo dos principais produtos foi de R$665,12, mais da metade do salário mínimo atual, no valor de R$1.412,00. Ao total, nove alimentos registaram reajuste durante o mês passado.
Segundo a pesquisa do Dieese-PA, o destaque ficou por conta do reajuste no preço arroz (3,52%), tomate (3,23%), manteiga (2,80%), banana (2,62%), feijão (2,16%), farinha de mandioca (0,57%), leite (0,46%), pão (0,19%) e a carne bovina com alta de 0,03%. Apenas o óleo de soja (4,46%), o café (0,80%) e o açúcar (0,79%) apresentaram queda no preço. Somente no mês de fevereiro, o custo da alimentação de uma família de quatro pessoas, formada por duas crianças e dois adultos, ficou em R$1.995,36.
Os dois primeiros meses do mês apresentaram alta de 3,05% no custo da alimentação paraense. Conforme a pesquisa, o feijão (20,36%), o arroz (19,29%), óleo de soja (14,43%), tomate (5,64%), banana (3,07%), carne bovina (1,70%) e farinha de mandioca (1,75%) foram os alimentos que com a maior alta acumulada nesse período.
“Agora em fevereiro nós completamos quatro meses sequenciais de altas no conjunto dos alimentos básicos. Mesmo o novo salário mínimo já é impactado em 52%, mais da metade, só para adquirir essa cesta básica. Quando nós fazemos a análise do ano, ela já acumula uma alta, nos dois primeiros meses desse ano, de mais de 3%, com destaque para produtos como feijão e arroz que já subiram mais de 20%”, afirma o supervisor técnico do Dieese-PA, Everson Costa.
Nos últimos doze meses, compreendidos entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2024, os produtos também alta. Os produtos mais afetados foram o arroz com reajuste acumulado de 30,73%, seguido do açúcar com 8,08%, farinha de mandioca (6,16%), banana (4,56%), tomate (3,87%) e o pão (3,09%).
A dependência de exportação, os efeitos sazonais, as variações climáticas e o alto custo do frete explicam os altos preços dos alimentos básicos. “Esses aumentos passam pela entressafra de vários produtos, principalmente pelas fortes variações climáticas que estão acometendo o país desde o ano passado. A produção continua, mas a qualidade e a disponibilidade são bem menor do que nós vivemos em tempos anteriores. Deveremos ter impactos em relação a outros derivados e produtos que estamos acostumados a comer no cotidiano”, conclui Everson Costa, do Dieese-PA.