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Alimentação básica tem alta de 3,42% em Belém

Rodolfo Cardoso utiliza estratégias para tentar comprar alimentos com preços mais em conta FOTO: RICARDO AMANAJÁS
Rodolfo Cardoso utiliza estratégias para tentar comprar alimentos com preços mais em conta FOTO: RICARDO AMANAJÁS

Ana Laura Costa com Redação

Uma nova pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), aponta que a cesta básica dos paraenses voltou a ficar mais cara pelo terceiro mês consecutivo em Belém. Segundo o departamento, de janeiro a março deste ano, o custo da alimentação básica acumulou alta de 3,42%, percentual que supera também a inflação estimada em torno de 1,80% para o mesmo período.

Já no comparativo de março de 2023 a março de 2024, de acordo com o levantamento do Dieese Pará, o custo da alimentação pesou no bolso e apresentou alta. Os reajustes na maioria dos alimentos que compõem a cesta básica, nos últimos 12 meses, superam em mais que o dobro a inflação estimada em torno de 4,50%. Só o arroz, por exemplo, acumulou alta de 24,18%.

Para garantir comida na mesa, o taxista Rodolfo Cardoso, 53 anos, que mora na Ilha de Mosqueiro, distrito de Belém, diz que sempre que vem a capital aproveita para fazer as compras nos supermercados da cidade, uma vez que, de acordo com o trabalhador, em Mosqueiro os alimentos custam mais caro.

“Até nas feiras os legumes e frutas estão mais caros. Então, sempre que tenho uma corrida para cá, já faço a comparação e vejo que é mais em conta fazer as compras em Belém, já que em Mosqueiro acredito que a questão do frete conta muito no preço para o consumidor final. E, ultimamente, o que mais tem pesado no orçamento, realmente tem sido o arroz e feijão”, ressalta.

Apesar de sentir no bolso o preço dos alimentos, a dona de casa Edilene Dias, 41 anos, afirma que não abre mão das marcas de feijão, arroz e óleo de soja que consome e preza pela qualidade. Portanto, tenta aproveitar as promoções e sempre vai ao mercado com a lista de compras para não levar itens desnecessários.

“Assim a gente tem um controle maior do que já temos no carrinho. Por exemplo, digamos que eu tenha marcado cinco garrafas de óleo, mas não deu, aí levo apenas três. Vou economizar dessa forma, mas sempre tento fazer um esforço e levar porque, afinal, a gente precisa se alimentar, né?”, comenta.

Números

  • No mês passado, de acordo com a pesquisa, para comprar os doze itens da cesta básica, o trabalhador paraense comprometeu aproximadamente 51,11% do atual salário mínimo de R$ 1.412,00. Os itens que se destacaram no reajuste de preços foram: farinha de mandioca, com alta de 4,75%; seguidos do leite (4,08%); manteiga (4,00%); banana (3,09%); arroz (2,44%) e do café (1,73%).
  • Também no mês de março, alguns alimentos apresentaram recuos no preço, como: óleo de soja, com queda de 7,57%; seguidos do tomate (-2,42%); açúcar (-1,11%); carne bovina (-0,94%) e do feijão, com queda de 0,62%.