Diego Monteiro
Os amantes do açaí em Belém têm motivos para comemorar. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA) ontem, 27, o preço do litro do açaí tipo médio registrou uma queda significativa de 11% em agosto, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Conforme apontado pelo órgão, no mês de julho, o litro do açaí tipo médio era comercializado a R$ 21,50, e no mês seguinte o preço baixou para R$ 19,01. É importante destacar que o valor do açaí pode variar de acordo com o local de compra, principalmente quando se compara estabelecimentos espalhados pelos bairros da cidade com grandes redes de supermercados.
Por exemplo, a pesquisa revelou que o açaí médio, um dos mais consumidos pelos belenenses, pôde ser encontrado por valores variando entre R$ 12 e R$ 15 em feiras livres e pontos de vendas nas ruas. Já nos supermercados, os preços registrados pelo Dieese/PA variaram de R$ 18 a R$ 20 por litro.
Joaquim da Costa, 70, consome açaí todos os dias no Ver-o-Peso. “Como eu trabalho aqui perto, venho por achar que é mais prático e rápido, então a fruta está presente todos os dias na minha vida. Em média, eu gasto mais ou menos uns R$ 20 por dia, e com isso consigo uma porção e complemento com bons pedaços de peixe para acompanhar, e não pode faltar a farinha, claro”.
O vendedor também alertou sobre a sazonalidade dos preços. “Se for comer aqui os meninos vendem a porção e o peixe por R$ 25. Perto de casa o litro está custando hoje entre R$ 14 a R$ 15. Mas é preciso ficar esperto, pois quando começa a chegar próximo do final do ano os preços, aos poucos, vão ficando mais salgados e nada atrativos”, complementa.
Outro dado da pesquisa é a queda no preço do açaí do tipo grosso. Em janeiro de 2023, o litro custava cerca de R$ 29,93. Em julho deste ano, subiu para R$ 33,21, mas experimentou uma significativa baixa em agosto, quando registrou R$ 29,09. Isso representa uma queda de 12,41% apenas no último mês.
Abel Modesto, feirante de 53 anos, considera os preços equilibrados. “Uma rasa hoje, na safra, custa em média R$ 100 para nós que trabalhamos com esse produto. Com isso, conseguimos fazer cerca de 18 litros. Em relação à nossa realidade, vendemos uma porção com peixe por R$ 25, ou seja, temos uma margem interessante tanto para nós quanto para os clientes”, explicou.
Fabrício Monteiro, 40 anos, está satisfeito com os preços e com o movimento crescente. “Graças a Deus, durante o horário do almoço, o movimento é intenso, e por volta das 15 horas, já estamos sem estoque. Agora, só nos resta torcer para que no próximo ano os preços não subam muito, para que os clientes continuem vindo e nós possamos continuar vendendo”, concluiu o feirante.