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Açaí continua pesando no bolso do batedor e do consumidor final

Raíssa Machado e Pedro Souza tentam adequar o consumo ao aumento no preço do açaí neste período FOTO: Celso Rodrigues
Raíssa Machado e Pedro Souza tentam adequar o consumo ao aumento no preço do açaí neste período FOTO: Celso Rodrigues

Trayce Melo

Batedores de açaí da Região Metropolitana de Belém (RMB) reclamam do aumento no preço do paneiro do fruto no período de entressafra, que é de menor oferta desse alimento. Na venda da batedora Raíssa Machado, na rua do Acampamento, na Pedreira, o preço do litro do açaí sofreu aumento por duas vezes só na primeira semana de abril.

Atualmente, Raissa está vendendo o litro a R$ 30, do tipo médio. Segundo ela, o custo do paneiro do açaí comprado na feira do Ver-o-Peso foi de R$ 130, no dia 04 passado. Com o preço mais alto, a batedora Raissa ficou no prejuízo e chegou a ficar quase um mês sem abrir, pois não tinha garantia da qualidade do açaí, além do preço muito alto cobrado na Feira do Açaí, na Cidade Velha; e no Porto do Açaí, no Jurunas.

“Acho que mês passado a gente ficou quase um mês sem bater. No dia 04, a gente voltou a abrir o ponto e precisou aumentar para R$ 30 o litro do açaí (médio), porque compramos o paneiro ainda caro, por R$ 130. A gente só abriu mesmo porque precisava garantir um pouco de dinheiro para conseguir comprar o nosso alimento”, disse.

“Para não termos perda e nem cair na qualidade, a gente preferiu bater só um tipo de açaí que é o médio”, contou.

O aposentado Pedro Souza, de 69 anos, conta que sentiu pesar no bolso o preço do litro do açaí. “Eu gosto muito de açaí, se eu for fazer vontade tomo todo dia. Mas com esse preço fica difícil tomar todo dia. Agora eu compro só de vez em quando e ainda peço a chula (água do açaí) para misturar e render mais, Por exemplo hoje pedi 2 litros e mais a chula”, comentou.

Em outro ponto de açaí, na rua Antônio Everdosa, no bairro da Pedreira, o batedor de açaí Valdinei Tavares, também precisou ajustar o valor do litro do produto. Ele conta que o litro varia entre R$ 28 (popular) e R$ 34 (médio).

Segundo ele, esse está sendo o pior período de entressafra de todos os anos em que atua nesse ramo.

“Durante esse período de dezembro até maio, o paneiro de açaí fica mais caro, mas esse ano de 2024 está sendo de longe o pior de todos. Eu nunca tinha visto o paneiro de açaí custar tão caro. Cheguei a passar mais de uma semana fechado, estava sem condições de comprar o paneiro do fruto por R$ 180 e repassar para os clientes”, explicou.

“Eu prefiro comprar o fruto natural, nunca compro congelado. Hoje comprei por R$ 145 in natura. Não tiro muito, mas dá para ganhar um dinheirinho”, disse.