Mais de 40 milhões de consumidores pagaram pelo menos uma aposta ou jogo online nos últimos 12 meses, revela um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas. De acordo com os entrevistados, 63% fizeram apostas esportivas, 27% slots, 26% roletas, 20% caça níqueis e 18% poker.
Além disso, 81% dos que admitem que têm jogado nos últimos 12 meses, 22% jogam com a frequência de 2 a 3 vezes na semana, 20% semanalmente e 17% mensalmente. A média de gastos com jogos e/ou apostas no último mês foi de R$ 186, chegando a R$ 267 nas classes A/B. As formas de pagamento mais utilizadas pelos consumidores são PIX (72%) e cartão de crédito (18%).
“As plataformas de jogos e apostas online no Brasil podem representar um sério risco à vida financeira e social dos consumidores se não utilizadas com cautela e responsabilidade. É importante se manter atento aos sinais de vício e de descontrole diante das apostas. As consequências são graves e afetam o trabalho, o orçamento familiar e os relacionamentos. Vício em jogos é uma doença que deve ser acompanhada e tratada com muita atenção”, alerta o presidente da CNDL, José César da Costa.
25% dos entrevistados admitem gastar mais do que podem com jogos e apostas na internet
A pesquisa aponta que o tempo médio gasto em sites / aplicativos de jogos de aposta esportivas ou jogos de azar, é de 2 horas. Outro dado que chama a atenção diz respeito aos gastos dos consumidores, uma vez que 25% admitem que gastam mais do que podem com jogos e apostas na internet.
Quatro em cada dez entrevistados (46%) afirmam que abriram mão de algum consumo para fazer jogos e apostas, principalmente roupas, sapatos, acessórios (18%), internet (17%), passeio com a família (16%) e alimentação fora de casa/ delivery (16%).
Em relação ao impacto no orçamento dos consumidores, 15% deixam ou já deixaram de pagar alguma conta para usar o dinheiro em jogos ou apostas esportivas. A situação é tão grave que 18% já foram negativados devido a gastos com jogos e apostas esportivas pela internet, sendo que 10% ainda estão nesta situação.
As apostas impactam também na vida social dos consumidores uma vez que 30% declaram que os jogos e/ou apostas esportivas têm ou tiveram alguma influência na sua vida neste período, sendo elas a queda de produtividade no trabalho (11%) e endividamento (11%). Outros problemas apontados também merecem atenção como ausência nas responsabilidades familiares (10%) e indícios de vícios como alívio no momento do jogo (10%) e irritação quando não estão jogando (9%).