Wesley Costa
O número de brasileiros inadimplentes sofreu uma pequena queda em setembro de 2023, aponta o indicador realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). De acordo com o levantamento, a inadimplência atinge 66,56 milhões de pessoas. Segundo os órgãos, em cada dez brasileiros adultos (40,71%) quatro estavam negativados em setembro deste ano.
A CNDL e o SPC/Brasil também informaram que o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 5,78% em relação ao mesmo período de 2022. No caso de devedores por tempo de atraso, o percentual chegou a 26,70% na variação anual do período, com inadimplência de tempo de 1 a 3 anos sendo a maior delas. Só em setembro de 2023, a porcentagem alcançou 39,02%.
O economista Nélio Bordalo lembra que o pagamento da primeira parcela do 13º salário será uma ótima oportunidade para aqueles que estão inadimplentes colocarem as contas em dia. “Normalmente, esse é um dinheiro extra para o trabalhador e ele pode sim, usar essa primeira parte para negociar suas dívidas. Se possível, o interessante seria quitar algumas ou negociar para poder pagar de forma parcelada e assim, já sair dos órgãos de proteção”, disse.
O especialista destaca ainda que a prioridade deve ser aquelas dívidas de valores mais altos. O economista também destaca que as dívidas de serviços como, por exemplo, de água e energia elétrica devem estar na lista de prioridades de quitação. “Essas são dividas que, se você deixar, elas viram uma bola de neve. Vale lembrar que elas também possuem correção de juros, então é importante resolver seus pagamentos para quitá-las ou parcelar”, diz.
O vendedor Agnaldo Saraiva, 38, diz que faz de tudo para manter o pagamento de suas contas em dia. “Apesar de todas as dificuldades do dia a dia, graças a Deus em casa as contas estão em ordem. Procuro sempre estar positivo, porque quem tem nome limpo e crédito na praça tem tudo. Pode não sobrar nada no final do mês, mas as contas ficam todas pagas”, assume.
Para a aposentada Osmarina Ribeiro, 73, a conta de energia é a que mais pesa no orçamento mensal. “É quase impossível uma pessoa não ter dívidas hoje em dia. Mas eu busco sempre estar educada nas finanças e nunca gasto mais do que posso. As dívidas em cartão, por exemplo, são tranquilas para mim. A maior preocupação mesmo é a conta de energia que é alta e não podemos deixar de pagar”, disse.