Bianca Duarte Franco, de 24 anos, conhecida como “Fielzinha do 41”, foi presa nesta sexta-feira (2) em Cabo Frio (RJ) durante uma operação das polícias civis do Pará e do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho. A prisão, no entanto, teve um detalhe que chamou atenção: o deboche certeiro do delegado que cumpria o mandado.
Dias antes, Bianca postou nas redes sociais uma selfie e recebeu um aviso: a polícia do Pará estava atrás dela. A resposta da jovem foi direta — e provocativa:
“O mundo é dos espertos.”
Na hora da prisão, ao ouvir do delegado Gustavo Fossati a clássica pergunta “Você sabe por que está sendo presa?”, ela respondeu que não. Foi então que o policial devolveu com ironia a própria frase da investigada:
“O mundo é dos espertos.”
O momento virou assunto nos bastidores da operação e foi interpretado como uma resposta simbólica ao tipo de ostentação que Bianca fazia nas redes: fuzil nos ombros, discurso de “vida bandida” e zero medo da Justiça.
👤 Quem é Bianca “Fielzinha do 41”
A jovem é apontada como responsável por recrutar integrantes para o CV no Pará, numa espécie de papel de “RH do tráfico”, segundo os investigadores. Ela também aparece em vídeos armada durante bailes funk no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio.
Em uma dessas gravações, ela afirma:
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“Minha mãe sabe que eu tiro plantão, que eu sou bandida, que eu trafico. Sabe que eu ando armada. Tudo o que eu faço, ela sabe.”
👮♀️ Outras presas na operação
Além de Bianca, foram presas:
- Layane Tharlita Santos Santana – atuava como mula, transportando drogas entre comunidades.
- Kalita Eduarda Ataíde – era responsável pela venda no varejo em uma comunidade de Cabo Frio.
🔍 Operação Parabellum
A prisão faz parte da Operação Parabellum, ação coordenada pela Renorcrim, do Ministério da Justiça, que integra esforços entre estados no combate ao crime organizado.
A ação de hoje, realizada em uma comunidade do município de Cabo Frio (RJ), contou com o apoio operacional da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, sob coordenação do Ministério da Justiça.
“Esta é uma importante prisão tendo em vista que essa pessoa exercia uma função de liderança dentro da organização no estado do Pará, mas que estava há muito tempo foragida no Rio”, destacou Ualame Machado, Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).
Breno Ruffeil, diretor da DRFC, falou sobre o pivô da ação. “A investigada ficou conhecida na imprensa nacional por ostentar um fuzil em um baile funk, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro. Outras duas mulheres foram presas em flagrante durante a operação. Uma delas, também paraense, era responsável por transportar entorpecentes de uma favela a outra, sem despertar suspeitas”, explicou o delegado.
Com a prisão da investigada, a operação chega a 35 mandados de prisão preventiva cumpridos entre os dias 18 de abril e 02 de maio deste ano, no bojo da operação Parabellum/Renocrim.
“A operação de hoje é mais uma ação integrada da Polícia Civil do Pará no combate ao crime organizado interestadual”, informou Benassuly, delegado-geral da PCPA.
