OPERAÇÃO 'MÃO DE FERRO'

Polícia Civil desmonta rede que incentivava suicídio e violência entre jovens no Pará

A Polícia Civil do Pará deflagrou nesta terça-feira (27) a segunda fase da operação “Mão de Ferro”, que tem como foco o enfrentamento de crimes cibernéticos.

A Polícia Civil do Pará deflagrou nesta terça-feira (27) a segunda fase da operação “Mão de Ferro”, que tem como foco o enfrentamento de crimes cibernéticos
A Polícia Civil do Pará deflagrou nesta terça-feira (27) a segunda fase da operação “Mão de Ferro”, que tem como foco o enfrentamento de crimes cibernéticos. Foto: PCPA

A Polícia Civil do Pará deflagrou nesta terça-feira (27) a segunda fase da operação “Mão de Ferro”, que tem como foco o enfrentamento de crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. A ofensiva ocorreu de forma simultânea em 12 estados brasileiros e foi coordenada nacionalmente pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJSP).

No Pará, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, um de prisão temporária e três de internação provisória de adolescentes, suspeitos de envolvimento com crimes como indução à automutilação, incentivo ao suicídio, apologia ao nazismo, maus-tratos a animais, cyberbullying e compartilhamento de material de abuso sexual infantil.

As ações ocorreram nos municípios de Ananindeua, Barcarena, Marabá e Canaã dos Carajás, com apoio da Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca), da Delegacia de Vila dos Cabanos e da Polícia Científica do Pará (PCEPA). Diversos dispositivos eletrônicos foram apreendidos e passarão por perícia técnica para aprofundar as investigações.

Grupos articulados e crimes em larga escala

De acordo com a delegada Emanuela Amorim, da Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAV), a operação tem como objetivo interromper a atuação de grupos organizados que operam em plataformas digitais estimulando comportamentos autodestrutivos e divulgando conteúdo criminoso. “Essas organizações usam redes sociais para coagir, ameaçar e expor adolescentes, incentivando a automutilação e até o suicídio”, detalhou.

O superintendente do Baixo Tocantins, delegado Mhoab Khayan, acrescentou que os criminosos usavam canais virtuais para espalhar violência gráfica, realizar coação psicológica e aplicar práticas de humilhação pública contra vítimas adolescentes.

Durante a ação, três adolescentes foram identificados como administradores de grupos usados para difundir esses conteúdos. Um adulto, também apontado como envolvido, está foragido.

Origem da operação e atuação nacional

A primeira fase da operação “Mão de Ferro” ocorreu em agosto de 2024, no Mato Grosso, e resultou na identificação de uma rede nacional estruturada que promovia automutilação entre adolescentes, segundo explicou o delegado Gabriel Batista, titular do Núcleo de Inteligência Policial (NIP). Na ocasião, foram encontrados casos de jovens com cortes na pele contendo os nomes de seus agressores virtuais.

O sucesso da primeira etapa possibilitou a expansão das investigações para outros estados, incluindo o Pará. A atual fase foi realizada em conjunto pelas Polícias Civis de Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo.

A operação é resultado de um trabalho integrado entre o Ciberlab, a Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência da Senasp/MJSP (Diopi) e as polícias estaduais.

Denúncias podem salvar vidas

A Polícia Civil do Pará reforça o apelo à sociedade para denunciar imediatamente qualquer indício de violência digital ou cyberbullying, especialmente envolvendo crianças e adolescentes. As denúncias podem ser feitas de forma anônima pelos canais:

  • Disque 100 (Direitos Humanos)
  • Disque Denúncia 181 (Segurança Pública)
Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.