TRAGÉDIA FAMILIAR

Namorada de adolescente que matou a família é apreendida

A Polícia Civil apreendeu nesta segunda-feira (1º) a namorada do adolescente de 14 anos suspeito de matar os pais e o irmão de 3 anos

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A Polícia Civil apreendeu nesta segunda-feira (1º) a namorada do adolescente de 14 anos suspeito de matar os pais e o irmão de 3 anos
Segundo a polícia, o adolescente demonstrou frieza e ausência de remorso.

A Polícia Civil apreendeu nesta segunda-feira (1º) a namorada do adolescente de 14 anos suspeito de matar os pais e o irmão de 3 anos, em Itaperuna, no Norte Fluminense. A jovem, de 15 anos, foi localizada no Mato Grosso do Sul e responderá pelos mesmos crimes: triplo homicídio e ocultação de cadáver. A participação dela ainda está sob investigação, segundo o delegado Carlos Augusto da Silva, da 143ª DP.

O relacionamento entre os dois adolescentes teria começado em jogos online e era reprovado pela família do garoto, que teria impedido a viagem do filho para encontrar a namorada. Segundo o delegado, uma mala pronta para viagem foi encontrada durante a perícia na casa, com os celulares das vítimas dentro.

— O adolescente disse que conheceu a garota online. Ele não deu muitos detalhes, mas demonstrou descontentamento com a proibição dos pais quanto à viagem — afirmou o delegado.

Desaparecimento e descoberta dos corpos

O caso veio à tona no dia 24 de junho, quando a avó paterna do adolescente o levou à delegacia para registrar o desaparecimento da família. Ela contou que tentava contato desde o sábado anterior, sem sucesso.

Na ocasião, o garoto alegou que o irmão havia se engasgado com um caco de vidro e que os pais teriam saído às pressas com ele em um carro de aplicativo. Segundo sua versão, os três não voltaram mais para casa.

Como não havia registros em hospitais da cidade, a polícia decidiu vistoriar o imóvel da família. Na casa, encontraram sangue no colchão do casal, roupas com marcas de queimado e um forte odor de decomposição. Os corpos foram localizados dentro de uma cisterna nos fundos da propriedade.

Confissão e frieza

Confrontado com os achados, o adolescente confessou os assassinatos. Disse que usou a arma do pai, escondida sob o colchão do casal, para atirar na cabeça dos pais e no pescoço do irmão. Segundo ele, o assassinato do menino foi para “poupá-lo da dor de perder os pais”.

O garoto relatou que dormia no quarto dos pais, por conta do ar-condicionado. Ele tomou um suplemento pré-treino para se manter acordado e aguardou todos dormirem antes de agir. Após os crimes, limpou o caminho até a cisterna com produto de limpeza para facilitar o transporte dos corpos.

A arma foi apreendida posteriormente na casa da avó, que a recolheu por precaução, sem saber do crime. A polícia não acredita que ela tenha participação nos assassinatos.

— Ele é frio, não demonstrou arrependimento e disse que faria tudo de novo. Falava com rapidez e tentava se afirmar como homem o tempo todo. É um caso que pode envolver traços psicopáticos, mas só uma avaliação clínica pode confirmar — disse o delegado.

Contexto familiar e comoção

Apesar da brutalidade do crime, publicações nas redes sociais revelam uma convivência aparentemente harmoniosa na família. O pai frequentemente se referia ao filho com carinho em aniversários, chamando-o de “pura ternura” e “irmão cuidadoso”.

A Justiça determinou a internação provisória do adolescente em unidade socioeducativa. Psicólogos ouvidos pela imprensa apontam que, embora adolescentes sob pressão possam ver os pais como obstáculos, casos assim exigem apuração clínica mais profunda para diagnosticar transtornos mentais graves.

Com informações do jornal Extra