A Polícia Civil do Pará prendeu em flagrante três pessoas envolvidas no crime de tráfico de pessoas com finalidade de adoção ilegal, durante a operação Infância Segura, realizada na última quinta-feira (3), no município de Conceição do Araguaia, sudeste do Estado. A ação contou com apoio do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) de Redenção.
De acordo com o delegado Hyago Carvalho, as investigações começaram após uma denúncia anônima alertar sobre a venda ilegal de uma criança de aproximadamente dois meses de idade. A denúncia indicava que o crime estava sendo articulado por um casal residente no Estado do Rio de Janeiro, que teria viajado até o Pará para efetuar a retirada do bebê.
Ainda segundo o delegado, a mulher do casal pretendia formalizar uma falsa adoção utilizando documentos fraudados, incluindo uma autorização de viagem e uma procuração supostamente assinadas pela mãe biológica da criança. No entanto, os documentos estavam em nome de uma terceira mulher.
Com base nessas informações, a Polícia instaurou uma Verificação de Procedência das Informações (VPI) e iniciou diligências para localizar os envolvidos. O casal foi identificado na rodoviária da cidade e, em seguida, a polícia localizou o cartório onde o processo fraudulento de adoção seria formalizado.
Os policiais conseguiram prender em flagrante os três envolvidos: o casal do Rio de Janeiro e a mulher que consentiu com a entrega ilegal da criança. O bebê foi encaminhado ao Conselho Tutelar, onde está recebendo acompanhamento e cuidados especializados.
Descobertas da Operação Infância Segura
Durante a operação, a Polícia Civil do Pará também descobriu a existência de um grupo em uma rede social que apresentava fortes indícios de envolvimento na venda ilegal de crianças. O grupo continha trocas de mensagens sobre falsificação de documentos, como atestados de vida e de óbito, supostamente emitidos para facilitar adoções ilegais por parte de potenciais “compradores”.
Os três presos foram encaminhados à unidade policial para os procedimentos legais, passaram por exame de corpo de delito e permanecem à disposição da Justiça. O caso segue sob investigação, com o objetivo de identificar e desarticular outras possíveis conexões criminosas envolvidas com o tráfico interestadual de crianças.
Implicações Legais e Canais de Denúncia
A conduta dos investigados se enquadra no artigo 149-A, inciso IV, do Código Penal Brasileiro, que trata do crime de tráfico de pessoas para fins de adoção ilegal.
A Polícia Civil reforça que denúncias de crimes contra crianças e adolescentes podem ser feitas de forma anônima pelos canais Disque 100 e Disque-Denúncia 181.