'PROVA DE AUTORIDADE'

Chinês tortura filhos no Pará e manda vídeos para a mãe na China

A Polícia Civil do Pará prendeu preventivamente o cidadão chinês Hua Zheng, nesta terça-feira (10), em Belém.

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A Polícia Civil do Pará prendeu preventivamente o cidadão chinês Hua Zheng, nesta terça-feira (10), em Belém.
A Polícia Civil do Pará prendeu preventivamente o cidadão chinês Hua Zheng, nesta terça-feira (10), em Belém. Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Pará prendeu preventivamente o cidadão chinês Hua Zheng, nesta terça-feira (10), em Belém. A ação foi cumprida pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), com o apoio da equipe da DATA Belém, por determinação da Justiça Paraense, no âmbito de um inquérito que tramitava na Vara de Inquéritos Policiais da capital.

Além da prisão, a operação também executou mandado de busca e apreensão na residência do investigado, onde foram recolhidos materiais relevantes à apuração dos fatos, incluindo um aparelho celular.

A investigação teve início em janeiro deste ano, quando Hua Zheng foi preso em flagrante após ameaçar a própria esposa com uma faca. Na ocasião, a vítima relatou que, além das agressões frequentes que sofria, o marido também agredia os quatro filhos do casal, com idades entre 4 e 11 anos.

Durante a apuração, a DPCA identificou que os abusos ultrapassavam os limites de maus-tratos ou lesões corporais. Segundo o inquérito, Hua Zheng agia com intenção clara de causar sofrimento físico e psicológico às crianças, utilizando sua posição de autoridade como pai para aplicar castigos cruéis, configurando o crime de tortura majorada.

Provas chocantes: vídeos das agressões

Foram reunidos vídeos que mostram lesões visíveis nos corpos das crianças, além de gravações onde os próprios menores pedem ajuda. Um dos materiais mais estarrecedores foi produzido pelo próprio agressor: no vídeo, ele agride a filha, dá tapas em seu rosto e levanta sua blusa para mostrar hematomas, em uma aparente demonstração de poder.

Segundo a polícia, esses vídeos eram enviados por Hua Zheng à mãe dele, na China, como forma de ostentar controle e domínio sobre a família.

Castigos físicos e humilhações

Além das agressões com barras de ferro, cabos de vassoura e cabides, os relatos apontam que as crianças eram forçadas a permanecer em posições de castigo físico por longos períodos, como ficar agachadas com os braços esticados à frente por até uma hora. A única filha do casal também foi obrigada a raspar o cabelo contra sua vontade, como forma de humilhação.

Diante da gravidade dos fatos e da robustez das provas, a delegada responsável representou pela prisão preventiva de Hua Zheng, que foi cumprida na operação batizada de “Dragão de Jade”. O nome faz alusão a dois elementos simbólicos da cultura chinesa: o dragão, representando autoridade e poder, e a jade, símbolo de algo frágil e precioso — referência à proteção da infância vulnerável.

Após ser autuado, Hua Zheng foi encaminhado à SEAP (Secretaria de Administração Penitenciária), onde permanece à disposição da Justiça.