Em uma celebração carregada de emoções, na noite de ontem, 3, a Universidade Federal do Pará (UFPA) foi palco de homenagem única e especial à professora Zélia Amador de Deus que, aos 74 anos, anunciou sua aposentadoria, finalizando uma longa carreira como docente e pesquisadora.
“Estou grata por todos que estão aqui presentes. Esse momento representa o meu legado, os laços que fiz ao longo dos anos. É uma grande felicidade ver todos reunidos aqui, com palavras tão generosas sobre mim, sobre os momentos oportunos que tive a chance de presenciar e participar. Isso me enche de alegria, aquece o meu coração saber que sou tão querida por tantos, que me ensinaram a ser uma pessoa melhor todos os dias”, disse Zélia Amador de Deus.
Referência como ativista do movimento negro, Zélia é também membro fundadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa) e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), da UFPA. “Fiz tudo o que achei importante e tudo o que pude dentro da universidade e no movimento negro. Propus políticas que pudessem ser implementadas, que estão em vigor e fazem diferença”, afirmou Zélia.
Homenagem
Realizada pela coordenadora adjunta da Assessoria da Diversidade e Inclusão Social, Isabel Rosa Cabral, a celebração, intitulada “A Dúpé” – expressão yorùbá que pode ser traduzida como “Nós agradecemos”, reconheceu e agradeceu a contribuição da professora no âmbito acadêmico e da sociedade como um todo.
A programação contou com apresentações artísticas e depoimentos de algumas das muitas pessoas diretamente impactadas pela atuação inspiradora de Zélia.
Emmanuel Zagury Tourinho, reitor da UFPA, também esteve presente. “A Zélia nos inspirou durante anos, e essa é a forma que temos de retribuir um pouco de tudo o que ela fez por nós. Para além de uma profissional incrível, ela é um exemplo de força feminina, cultural e religiosa”, concluiu.