
Nesta quinta-feira, 5 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972 para alertar a população global sobre os impactos da degradação ambiental e reforçar a importância da preservação dos recursos naturais, historicamente tratados como inesgotáveis.
No Pará, a data também é marcada pela lembrança de nomes que se tornaram símbolo da resistência ambiental. Entre eles, estão o médico e ambientalista Camillo Vianna, e o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, assassinados em 2011 por defenderem a floresta amazônica.
A Luta de José Cláudio e Maria pela Amazônia
José Cláudio e Maria eram lideranças conhecidas do Projeto Agroextrativista Praia Alta-Piranheira, em Nova Ipixuna, sudeste do Pará. Castanheiros e defensores da criação de uma reserva extrativista na região, denunciavam invasões ilegais, roubo de madeira e desmatamento. Por confrontarem os interesses de grileiros e madeireiros, foram executados em uma emboscada no dia 24 de maio de 2011. O caso ganhou repercussão internacional, evidenciando a violência enfrentada por defensores ambientais na Amazônia.
O casal vivia em uma área de 20 hectares, com 80% da vegetação nativa preservada. A terra, rica em castanha-do-pará, passou a ser alvo de interesses econômicos, e os ativistas sofreram ameaças constantes, sem receber proteção efetiva do Estado. Eles integram uma lista trágica de defensores socioambientais que, assim como Chico Mendes e Irmã Dorothy, pagaram com a vida pela floresta.
O Legado de Camillo Vianna
Outro nome importante na história ambiental do Pará é Camillo Martins Vianna. Nascido em Belém em 1926, ele integrou a primeira turma da Faculdade de Medicina e Cirurgia do estado, embrião da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Como estudante, colaborou com o Museu Paraense Emílio Goeldi na catalogação de espécies vegetais. Ao longo da vida, uniu a medicina à preocupação com o meio ambiente, com ações voltadas à recuperação de áreas degradadas e à criação de bosques comunitários. Faleceu em Belém, aos 93 anos, em 2019, deixando um legado de ciência e preservação.
O Dia Mundial do Meio Ambiente, mais que uma data simbólica, é um chamado à memória e à ação — lembrando os que tombaram pela floresta e reforçando o compromisso coletivo com a vida e a natureza.