Pará

Volta do 'Minha Casa, Minha Vida' anima construção civil no Pará

O presidente Lula e o ministro das Cidades, Jader Filho, entregaram 2.745 unidades habitacionais do MCMV. Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Lula e o ministro das Cidades, Jader Filho, entregaram 2.745 unidades habitacionais do MCMV. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Luiz Flávio

Apesar da pandemia, o mercado imobiliário em Belém e Ananindeua, segundo os dados da consultoria Brain Inteligência Estratégica, vendeu muito mais em 2020 e 2021 do que em 2022: foram 3.267 unidades em 2020 e 3.686 em 2021, contra 2.786 em 2022.

Nos anos de 2020 e 2021 também foram batidos os recordes de financiamentos imobiliários pelo Sistema Brasileiro e Poupança e Empréstimo (SBPE): foram 123,9 bilhões em 2020 e 205,4 bi em 2021, contra 189,1 bi em 2022, segundo o banco de dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O setor aposta fortemente no relançamento do programa “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV) – ocorrido essa semana na Bahia pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo Ministro das Cidades Jader Barbalho Filho – para um crescimento real e consistente do setor em 2023. A projeção para Belém, segundo o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), é da construção de 2.000 unidades até 2024.

“Porém, para que tenhamos sucesso é preciso que haja participação mais efetiva das prefeituras, atuando com o setor da construção, em sintonia com o estado e governo federal para desenvolvermos projetos que vão ao encontro dessa demanda, que tanto precisa ser atendida, que possui o maior déficit de moradias e ao mesmo tempo promovendo um crescimento nesse segmento do mercado imobiliário”, assegura Bruno Miléo, diretor de indústria imobiliária do Sinduscon-PA, que apresentou na última quarta-feira o 19° Censo Imobiliário de Belém e Ananindeua, com os resultados do quarto trimestre de 2022.

O ministro afirmou nas várias entrevistas que deu ao longo dessa semana que O MCMV contratará nos próximos 4 anos cerca de 2 milhões de novas unidades habitacionais, sendo 145 mil apenas nesse primeiro ano de governo, gerando segundo as projeções do Ministério, mais de 1 milhão de empregos com as obras que serão realizadas dentro do projeto. No relançamento do programa foi anunciada a entrega de 2.745 unidades habitacionais pelo país.

“As pessoas não moram no país. As pessoas não moram nos estados. As pessoas moram é nas cidades. E é justamente isso que precisamos melhorar: a vida das pessoas nessas cidades. E para podermos melhorar a vida dessas pessoas precisamos melhorar as cidades. E é isso que o Ministério, que eu e que o presidente Lula estamos propondo. É essa a meta que o presidente traçou e é nisso que vamos correr atrás”, garantiu Jader.

Os empreendimentos do segmento econômico em 2022 em Belém e Ananindeua se resumiram a 4, totalizando 424 unidades segundo os dados da pesquisa da Brain. “É um volume baixo se considerarmos os dois municípios com maior população no estado, mas nas demais cidades do Pará não foi diferente. Esperamos que esse cenário mude em 2023 e que possamos avançar nesse segmento do MCMV”, destaca o diretor do Sinduscon.

O programa de habitação foi criado em março de 2009 pelo governo Lula e subsidia a aquisição da casa ou apartamento próprio para famílias com faixa de renda hoje de até R$ 2.640,00. O programa foi relegado ao abandono nos 4 anos do governo de Jair Bolsonaro.

Bruno Miléo ressalta ainda que o mercado imobiliário está muito atrelado ao crescimento da economia. “É um segmento que demanda muitos recursos, que realiza a médio, longo prazo, então se tivermos estabilidade econômica e segurança jurídica, independentemente do governo, estaremos gerando emprego e renda, ajudando no crescimento do nosso país”, ressalta.

No mercado imobiliário de Belém e Ananindeua houve uma leve queda nos lançamentos em 2022 com relação a 2021 aponta a Brain: foram 16 em 2021 e 15 em 2022. “Apesar da redução, está longe de dizermos que foi um ano ruim. Muito pelo contrário. Foi um ano de ajustes”, diz Miléo.

No 4º trimestre de 2022, se comparado com o 2º e o 3º trimestre houve queda nas vendas: enquanto no 2º tri foram vendidas 729 unidades e no 3º tri 631, no 4º tri foram 553 unidades, redução nas vendas de 24 % e 12% respectivamente aos trimestres anteriores. Porém em unidades verticais lançadas, o estudo mostra que foi mantido praticamente no mesmo patamar, com 300 unidades no 3º tri e 313 no 4º tri.

“Esse cenário não foi exclusividade nossa. Ele acompanhou o cenário nacional, porém vale destacar que as vendas foram superiores aos lançamentos, o que fez com que diminuísse o nosso estoque. Não podemos dizer que tivemos um crescimento com relação ao ano anterior, mas fechamos no azul”, detalha.