Pará

Vigia ferve no carnaval mais irreverente do Pará. VÍDEO

A alegria tomou conta das ruas históricas de Vigia. Foto: Celso Rodrigues
A alegria tomou conta das ruas históricas de Vigia. Foto: Celso Rodrigues

Depois de dois anos, o carnaval mais irreverente do Pará voltou a tomar as ruas históricas de Vigia de Nazaré, a cidade que não dorme. A cidade recebeu a visita de milhares de turistas no Carnaval e nesta segunda-feira, 20, as ruas do município foram palco de um desfile intenso de muita gente fantasiada e pronta para curtir o carnaval com estilo.

Tomando cerca de cinco quarteirões da cidade de Vigia de Nazaré ainda na concentração, o bloco “As Virgienses” é uma das principais atrações do carnaval no município, quando os brincantes se fantasiam de mulher.

A brincadeira já se repete há 38 anos e, em 2023, tem como tema “As Virgienses 2023: É muito bom estar de volta”. Logo em seguida, a ordem é para as mulheres se fantasiarem como homens, na saída do bloco “Os Cabrasurdos”. Abrilhantando ainda mais a festa, também há espaço para a irreverência do bloco LGBTI+, o “Gaiola das Loucas”. Desfiles de escolas de samba, trio elétrico, blocos tradicionais e blocos de micareta também compõem a extensa programação do carnaval de Vigia de Nazaré.

Caracterizado pela presença de homens vestidos com roupas femininas, o bloco As Virgienses tem a sua história iniciada ainda na década de 1980. Na época, a união despretensiosa entre grupos de amigos da Rua das Flores e da Rua de Nazaré deram início à tradição que tornou o carnaval de Vigia conhecido em todo o Estado.

A idealização do nome partiu do grupo de amigos da Rua das Flores e, depois, parte desses amigos passaram a se apresentar no bloco que já existia na esquina da Rua de Nazaré, com a avenida Marcionilo Alves. A esquina é até hoje ponto de concentração do bloco.

“As Virgienses surgiu aqui nessa esquina. Eu peguei a roupa da minha namorada, que era minha namorada na época, e a gente começou com um grupo de amigos. Fazíamos aqui aquela brincadeira, pega um instrumento aqui e outro ali, e as Virgienses foi surgindo”, lembra o comerciante Paulo Costa, que não apenas viu essa história iniciar, como também fez parte.

“Hoje em dia, o bloco As Virgienses é falado em todo o Brasil e a gente tem orgulho de ter participado disso. Eu já não saio mais, praticamente sou uma ‘virgem aposentada’, mas a gente sempre se reúne, ou subo no trio. As Virgienses não pode nunca morrer, a gente quer que continue”.