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Venezuelanos refugiados concluem curso de soldador no IFPA

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O Instituto Federal do Pará (IFPA), na segunda-feira (13), fez a entrega do certificado a 11 refugiados venezuelanos da etnia Warao que participaram do curso de Soldador. Foto: IFPA/divulgação
O Instituto Federal do Pará (IFPA), na segunda-feira (13), fez a entrega do certificado a 11 refugiados venezuelanos da etnia Warao que participaram do curso de Soldador. Foto: IFPA/divulgação

O Instituto Federal do Pará (IFPA) fez a entrega do certificado a 11 refugiados venezuelanos da etnia Warao que participaram do curso de Soldador, eletrodo revestido. A solenidade ocorreu na última segunda-feira, 13. Na ocasião, foi lida a lista dos alunos que participarão da terceira etapa do projeto, Soldataya Yakeraja 2.0, um curso profissionalizante de Auxiliar em Fabricação Mecânica.

Trata-se de mais um Projeto de Extensão do Campus Belém aprovado pela Pró-reitoria de Extensão do IF. A ação recebe apoio da Prefeitura Municipal de Belém, Banco do Povo de Belém, Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Fundação Papa João Paulo XIII (Funpapa) e do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). O evento e a aula inaugural foram realizadas à tarde, no Auditório Cláudio Matni, localizado no segundo andar da Reitoria.

O auditório ficou lotado com a presença de 12 venezuelanos refugiados, um deles acompanhado pela esposa e filhinha.

O Pró-Reitor de Extensão Fabrício Alho, representando o Reitor do IFPA, foi o último a se pronunciar. Ele ressaltou a importância do projeto para os estudantes da graduação e cursos técnicos complementarem a formação integral, cidadã, sendo indutores de transformação social. Esta é, em sua visão, uma experiência formativa que enriquece o currículo de cada um dos acadêmicos e técnicos formados pelo IF. Convidou-os a serem protagonistas nesta formação dos refugiados.

Destacou que o IFPA tem 36 Projetos de Extensão aprovados por ano. Os projetos do professor Hélio no Pró-extensão foram de Soldador, eletrodo revestido; Empreendedorismos na soldagem e, agora, Auxiliar em Fabricação Mecânica.

Se dirigindo aos venezuelanos e aos representantes da OAB, IEB, Acnur, Funpapa, Fabrício Alho destacou que o IFPA conta com Centro de Idioma em cada um dos campi. Foi o Centro de Idiomas que firmou parceria com a Secretaria dos Direitos Humanos e viabilizou curso de Português como segunda língua para refugiados no Campus Belém.

“Obrigado pela permanência de vocês, sabemos que isto envolve a família de vocês. É uma forma de se sustentarem. Temos aprovada pelo IFPA uma política afirmativa que prevê cota para os refugiados nos cursos de graduação e pós-graduação. Fiquem atentos”.

Presentes para Soldadores

O professor informou que conseguiu junto ao Campus Belém compor kits com máscara de proteção facial para solda; colete, mangote, perneira, luvas e bota de raspa de couro; óculos e jaleco.

Junto à Reitoria, conseguiu caneta e sacola da Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições de Educação Profissional e Tecnológica (Reditec) 2022. Cada um dos concluintes foram presenteados com um kit completo e o certificado confirmando a participação da formação de soldador.

Na formação de soldador, os venezuelanos tiveram a oportunidade de aprender a fazer manutenção de portões, banquetas, mesas, cadeiras, portão de enrolar, grades para janelas e portões, portão de correr, estrutura para telhados, suportes para condensador, estrutura de proteção para piscina.

Um dos Waraos que participaram do curso de Soldador é Euclides José Murales Gonçalves, 32 anos, casado e pai de uma menina. Ele é natural do Delta Amacuro, está no Brasil há quatro anos, dos quais dois anos em Belém. Este é o primeiro curso que teve acesso no Brasil e está esperançoso de conseguir uma oportunidade.

“Agora terei um documento para apresentar e procurar trabalho. No curso aprendi muita coisa”, fala em espanhol agradecendo esta oportunidade.

O curso de Soldador

O curso de Soldador foi ofertado no Campus Belém. Foi dividido em dois módulos, um teórico e outro prático. Foram oito horas semanais, com aulas em dois dias da semana, quarta e sexta, no período matutino (8h30 às 12h30) e vespertino (14h às 18h). O transporte dos alunos foi feito em parceria com a Funpapa e Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster).

Os concluintes do curso aprenderam a realizar a classificação dos processos de soldagem, as terminologia da área, conhecimentos de higiene e segurança na soldagem, a identificar os tipos de eletrodos, funções de revestimento; distinção dos tipos de eletrodos, fontes de soldagem, amperagem, processo de corte a plasma; desenvolveram habilidades e conhecimentos para manusear os equipamentos de soldagem, os equipamentos de corte a plasma, preparação das chapas para soldar, limpeza e corte das peças, abertura e manutenção do arco elétrico, ponteamento das chapas, soldagem de filete na posição plana e horizontal, soldagem simples deposição e posição plana. Conhecerão as leis trabalhistas brasileiras e um pouco mais sobre a cultura brasileira.