Vendedores mantêm o tradicional PF vendido a R$ 10

Vendedores mantêm o tradicional PF vendido a R$ 10

Pryscila Soares

A rotina de fazer refeições fora de casa pode pesar e muito no bolso do consumidor. Isso porque o custo da alimentação do paraense passou por diversos reajustes nos últimos 12 meses, conforme levantamentos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA). De acordo com o estudo da entidade, em outubro deste ano a cesta básica custou R$ 615,22, o que comprometeu mais da metade do salário mínimo vigente.

Dentre os produtos que ajudaram a encarecer a alimentação das famílias no período está o arroz, que no mês passado apresentou alta de 2,85%. De janeiro a outubro deste ano, outros itens acumularam reajustes, a exemplo da manteiga, com a alta de 20,13%; o feijão, que elevou 17,53%; o açúcar, que acumulou 8,60%; a carne bovina com alta de 7,74% e a farinha de mandioca, que apresentou o reajuste de 4,15%.

A maioria desses produtos é essencial para manter a atividade dos famosos pratos feitos vendidos pelas ruas da capital paraense. No comércio é possível encontrar PF composto por arroz, macarrão, feijão, salada, farinha e mais a proteína a partir de R$ 10, sendo este o valor cobrado pela chapa mista. Se o cliente optar por frango na chapa, vai desembolsar uma média de R$ 13. E se a pedida for peixe frito, carne assada ou bife, o custo é a partir de R$ 15.

Mesmo com a alta de diversos produtos alimentícios, em um trailer situado na rua 7 de Setembro, o custo do PF segue o mesmo há vários meses, conforme informou Victor Santos, 24, funcionário do ponto. “A gente trabalha com preços tabelados em todas as barracas aqui da 7. A chapa mista, que vem frango, carne e calabresa, custa R$ 10. Já o peixe frito, a gente compra no mercado de peixe (do Ver-o-Peso) e a gente cobra o valor dependendo do preço que está lá, mas varia de R$ 10 a R$ 15. Trabalhamos com o filé de dourada”, explicou.


No box da cozinheira Tânia Ramos o prato feito é vendido a partir de R$ 20; e com açaí fica R$ 25. FOTOS: irene almeida

Também é possível consumir PF e outros pratos mais elaborados no Mercado de Carne do Ver-o-Peso. A sopa custa, em média, R$ 12. Já o PF com carne assada, isca de carne, bife de fígado e calabresa com ovo sai a R$ 15. Se o cliente optar por filé de dourada, bisteca, torta de camarão, camarão com legumes ou caldeirada de gurijuba no tucupi e jambu, vai pagar R$ 20.

E se preferir incluir açaí, o valor será R$ 25, no box da cozinheira Tânia Ramos, 43. “O nosso PF acompanha arroz, feijão, macarrão, salada, farofa ou farinha. Se o cliente quiser acompanhar os de R$ 20 com o açaí, ele vai pagar R$ 25. Estou aqui há nove meses e estamos mantendo esses valores. Só diminuímos a porção porque tudo está caro. Não sei como o pessoal aí fora consegue cobrar R$ 10. Mas, mesmo com o nosso preço, às vezes, o cliente até comenta que está barato”, afirmou Tânia.