Diego Monteiro
E m uma cidade com uma frota estimada de quase 150 mil motocicletas, como é o caso de Belém, segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o uso de capacete torna-se ainda mais necessário. A preocupação surge devido aos acidentes constantes registrados na cidade, que resultam em traumas que poderiam ser reduzidos se os condutores estivessem usando o item adequadamente.
O Hospital Metropolitano (HMUE), em Ananindeua, referência em traumas, recebe muitas ocorrências envolvendo motocicletas, que são uma das principais causas de atendimentos e internações relacionadas ao trânsito na unidade. De janeiro a setembro de 2022, foram registradas 1.286 entradas no hospital, resultando em 745 internações.
Um estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) revela que o uso do capacete pode prevenir cerca de 69% dos traumatismos crânio-encefálicos e 65% dos traumatismos faciais, mas que para alcançar este resultado, o equipamento precisa seguir uma série de recomendações, uma delas é ter o selo da autarquia.
Márcio Lucas, 24, é vendedor da Koram, uma empresa especializada na venda de capacetes em Belém. Segundo o profissional, além do uso, é importante estar atento a outras informações ao comprar um capacete. “Verifique se o capacete possui o selo do Inmetro, pois isso garante que ele foi testado de acordo com as normas estabelecidas por um organismo de certificação competente”, orienta.
“Desde a pandemia, houve um significativo aumento na produção de motocicletas no Brasil devido à crescente demanda no mercado, o que também impulsionou o mercado de capacetes no país. Aqui em nossa loja, por exemplo, temos vendido muitas unidades, o que mostra que as pessoas ainda estão preocupadas com a segurança e com a vida”, completa.
PREÇOS
A aquisição de um capacete não é uma tarefa difícil em Belém. É comum encontrar várias lojas especializadas na venda de acessórios para motocicletas. Os preços dos capacetes variam dependendo da marca e do modelo. Existem opções mais baratas, custando em torno de R$ 80 a R$ 150, assim como modelos mais caros, que podem chegar a R$ 4.599.
Na loja em que Geyse Machado, 28 anos, trabalha há uma variedade de capacetes disponíveis, que incluem os abertos, fechados, mistos, vintage, cross e os mais procurados: os esportivos.
Quando se trata de segurança, independentemente do valor, Geyse chama atenção para o uso correto da viseira. “Quando os clientes veem no estabelecimento, sempre orientamos quanto a importância de prestar atenção na qualidade da viseira, pois é essa parte que irá proteger os olhos e parte da face contra impactos de chuva, poeira, insetos, sujeira e detritos levantados por outros veículos”, ressalta.
“Outro detalhe é quanto a validade, que fica entre três a cinco anos a depender da fabricante. Mesmo que a lei não mencione esse assunto, especialistas indicam que usar um capacete fora do prazo de validade não é uma boa ideia. Além disso, se o condutor sofreu um acidente o ideal é fazer a troca, mesmo que o capacete não tenha apresentado rachaduras”, conclui.
PENALIDADES
Conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor sem o uso do capacete é considerado uma infração gravíssima, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A penalidade pode variar entre multa no valor de R$ 293,47 e a suspensão do direito de dirigir.