Dr. Responde
Vacinas começam a ser aplicadas nas escolas de Belém
Irlaine Nóbrega
Nesta segunda-feira, 13, foi realizado o lançamento simbólico da Campanha de Vacinação nas Escolas. O atendimento nas instituições públicas de ensino, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), vem sendo realizado desde o dia 2 de abril, quando as escolas começaram a receber os imunizantes do calendário vacinal de crianças e adolescentes. O objetivo é aumentar a cobertura vacinal na capital paraense.
As vacinas disponíveis na ação de ontem foram a tríplice viral, febre amarela e poliomielite inativada e oral para crianças até 4 anos de idade. Também estavam disponíveis as vacinas contra o HPV para crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, em dose única; e contra a meningite para o público de 09 a 14 anos. Antes da data da vacinação, as escolas notificaram os pais sobre a campanha, a importância e a necessidade de apresentar o cartão de vacinação.
“Manter a caderneta de vacina atualizada evita que as crianças e adolescentes possam adoecer por doenças imunopreveníveis, como a meningite, poliomielite, sarampo, varicela. É importante para se proteger dessas doenças infectocontagiosas graves que podem levar ao adoecimento e até a morte. Quem se vacina salva vidas”, afirmou a coordenadora do Programa Municipal de Imunizações, Nazaré Athayde.
A unidade escolhida para a estreia da campanha foi a Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Venuzina Marinho de Souza, no bairro da Cremação. A instituição é certificada como uma Unidade Amiga da Primeira Infância (Uapi) e tem atuação em três pilares: educação, saúde e assistência. Por isso, a ação foi fundamental para fortalecer suas missões e o vínculo com o território no qual atua.
“É muito significativo receber essa ação. É o momento em que a gente contribui de fato para garantir o direito das crianças, principalmente com esse olhar da importância da vacina no desenvolvimento delas. Quando trazemos uma ação dessa para a escola, a gente se fortalece porque cumprimos com os nossos objetivos e vem contemplar a nossa proposta enquanto uma Unidade Amiga da Primeira Infância”, afirmou a diretora Lucelina Lima.
Em março, o Ministério da Saúde determinou que fossem intensificadas as ações de aumento da cobertura vacinal de crianças e adolescentes em todo o país. Por isso, a equipe do Programa Municipal de Imunizações de Belém iniciou a mobilização das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Estratégias Saúde da Família (ESF) de cada território para fazer o agendamento da vacinação nas escolas.
A ação dá continuidade ao objetivo do Movimento Nacional pela Vacinação em retomar as altas coberturas vacinais do Brasil com a vacinação contra a Covid-19 e as demais vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. Isso porque a administração dos imunizantes teve queda significativa desde 2016, com agravamento no período pandêmico. As consequências disso envolvem o risco de reintrodução de doenças que já foram erradicadas, como o sarampo.
“Esse movimento tem esse objetivo de fortalecer os estados e municípios na busca da reconquista dessas coberturas. A exemplo disso foram lançadas várias estratégias recomendadas pela Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde que buscam um planejamento local em que cada unidade de saúde identifica as vulnerabilidades daquele território. Além disso, o Ministério da Saúde também repassa recursos para garantir essas ações”, explica Nazaré Athayde.
Até a última quinta-feira (09) foram atendidas 26 escolas e creches da rede pública municipal. A campanha tem disponibilizado vacinas do calendário infantil e do adolescente com foco na vacinação contra o HPV, que teve a faixa etária estendida para pessoas de 09 a 19 anos. A meta é alcançar pelo menos 80% das crianças de 09 a 17 anos, público alvo da vacina HPV. Enquanto as demais vacinas do calendário infantil, o objetivo é atingir 96% do público de cada faixa etária.
VACINAÇÃO
A manhã foi movimentada para as crianças que estudam na Escola Municipal Venuzina Marinho de Souza. A flexibilização das vacinas na escola, para Diego Carvalho, era uma forma de auxiliar no cuidado com a imunização do filho de 4 anos. Isso porque crianças nessa idade ainda têm o sistema imunológico parcialmente imaturo que necessitam da administração das vacinas para se tornar mais fortificado.
“Essa campanha facilita para os pais para fazer essa atualização no cartão da criança. Às vezes durante a semana a gente não tem essa disponibilidade para levar a criança para se vacinar. É importante para que eles estejam com a saúde em dia. É o primeiro ano que ele tá nessa escola e ele já vai participar dessa campanha para atualizar as vacinas, que estavam um pouquinho atrasadas”, contou o analista de departamento pessoal, de 38 anos.
Elessandra Maia, de 41 anos, diz que sempre tem o cuidado de manter a vacinação do filho em dia. Para ela, a ação da Sesma auxiliava na manutenção da saúde da criança de 4 anos. “Isso aqui ajuda muito porque a gente nem tem tempo de ir no posto de saúde. Então, quando tem isso na escola, ele já fica em dia com a vacinação. Eu tenho essa preocupação dele sempre tomar as vacinas da idade, tanto que ele fez quatro anos e já está tomando o reforço da febre amarela, a da varicela e o reforço da VOP”, disse a administradora.
A dona de casa Natália Gurjão, 35 anos, aproveitou a facilidade para atualizar a Caderneta de Vacinação e Saúde do filho, que recebeu quatro doses de vacinas diferentes: varicela, febre amarela, tríplice bacteriana (DTP) e poliomielite. “A vinda da vacina para as escolas é mais cômodo pra gente porque, às vezes, a gente não consegue ir no posto ou não tem todas as vacinas. Eu sempre deixo a caderneta dele toda atualizada então isso foi importante para mim porque eles trazem todas as vacinas necessárias para a gente fazer essa atualização”, concluiu.