Wesley Costa
O maior acesso a tecnologias móveis como os smartphones, trouxe vários benefícios no dia a dia das pessoas. Seja na utilização para o trabalho, no lazer ou até mesmo no processo de aprendizagem, os aparelhos celulares passaram a ser uma espécie de extensão do corpo humano. Porém, os acidentes causados por distração nas ruas devido ao uso de smartphones tornaram-se uma preocupação crescente nos últimos anos.
Especialistas afirmam que utilizar smartphones enquanto se está caminhando ou dirigindo pode resultar em consequências trágicas. Em Belém, por exemplo, é comum ver pessoas imersas em seus dispositivos e não prestando atenção ao seu redor. Algumas chegam a atravessar ruas sem olhar para os lados, ignorando sinais de trânsito e até mesmo, invadindo vias movimentadas.
“Sem dúvidas, o uso de celulares no meio da rua é risco que cresce cada vez mais no mundo. O pedestre que anda distraído, seja ouvindo uma música, em ligação ou respondendo uma mensagem, perde toda a atenção e coloca sua vida em risco. Nesses casos, as chances de alguém ser atropelado é muito maior”, afirma o médico do tráfego e presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Federada Pará (Abramet-PA), Nicholas Mota.
O especialista lembra que no trânsito todos precisam ver e ser vistos. “Nas vias devemos ficar atentos no que está acontecendo ao redor. Existe um fato inegável que, mesmo quando o pedestre está na calçada, pode acontecer de um motorista perder o controle do seu veículo e acabar atropelando quem está ali. Mas se aquela pessoa estiver também atenta, os riscos de isso acontecer certamente diminuem”, diz.
Nicholas destacou ainda que em várias cidades dos Estados Unidos, andar distraído na rua utilizando smartphone é passível de multa. “Aqui falamos de qualquer distração, pois, mesmo sendo apenas o uso de um fone de ouvido, já diminui a capacidade de atenção aos sinais e alertas que realmente deveriam chamar atenção no trânsito. Hoje temos alguns aplicativos que ajudam a manter esse controle de avisar dos riscos de utilizar smartphones na rua, mas ainda é preciso criar essa maior consciência”, alerta o médico.
RISCO
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O vendedor Lucas Veloso, 21, assume que também se coloca em risco nas ruas, mas que vem tentando se controlar. “Assim como vejo outras pessoas pelas ruas, atravessando só olhando para a tela do celular, eu também faço muito ainda”, assume. “Sei que é um risco e que preciso tomar mais cuidado com isso, porque ficamos mesmo dispersos. Mas aos poucos eu venho tentando melhorar nesse aspecto de segurança na rua”, contou.
Já o comerciante Francisco Benafort, 65, também tem observado pessoas dando mais atenção aos celulares e se colocando em risco nas ruas. “Acontece muito isso aqui na cidade. Se você ficar parado próximo de uma faixa de pedestre, serão vários os flagrantes. Também já me distrai na rua com celular, mas até para me prevenir, mesmo de roubos, estou preferindo deixar meu celular em casa”, disse.
CUIDADO!
MÉDICO DÁ DICAS
Nicholas Mota, médico do tráfego e presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Federada Pará (Abramet-PA), deu dicas para manter a segurança ao utilizar o celular na rua.
“Se você estiver fora de casa e realmente precisa utilizar o celular, pare de caminhar e entre em algum estabelecimento próximo para responder sua mensagem ou fazer aquela ligação mais urgente. Se gosta de ouvir música enquanto caminha, prefira colocar apenas um lado do fone e deixe a outra orelha livre para ouvir o que está acontecendo ao redor. São coisas simples, mas que podem fazer toda diferença e evitar acidentes”, conclui.
