PROTESTO

Usina Belo Monte: Indígenas Kayapó ocupam sede da Norte Energia

Saiba mais sobre os impactos socioambientais da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte na região de Altamira, Pará.
Saiba mais sobre os impactos socioambientais da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte na região de Altamira, Pará.

A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, iniciada em 2012, gerou grandes impactos socioambientais nas comunidades da bacia do rio Xingu, na região de Altamira, sudoeste do Pará. Esse projeto, considerado a maior hidrelétrica 100% nacional do Brasil, afetou diretamente milhões de pessoas, incluindo diversos povos originários, que enfrentam mudanças profundas em seus modos de vida.

Indígenas Kayapó Protestam em Altamira Contra o Abandono de Projetos Comprometidos pela Norte Energia

Após mais de uma década de impactos da obra, as comunidades indígenas, especialmente os Kayapó, seguem em busca de reparações e do cumprimento de compromissos assumidos pela empresa Norte Energia, responsável pela operação da usina. No dia 26 de novembro de 2024, indígenas Kayapó ocuparam a sede da Norte Energia em Altamira, alegando o abandono de projetos essenciais para a reparação dos danos causados pela instalação da usina.

O protesto ocorre devido à paralisação de iniciativas de reparação que visam mitigar os impactos ambientais e sociais na região, como a coleta sustentável de castanhas e cumaru, além do monitoramento das terras indígenas contra invasões de garimpeiros, pescadores ilegais, madeireiros e caçadores. As aldeias, localizadas entre os municípios de São Félix do Xingu e Altamira, continuam sendo prejudicadas pela instalação da hidrelétrica, que alterou profundamente o ecossistema local e comprometeu os recursos naturais das comunidades.

Reunião entre Funai, Ministério Público e Norte Energia Não Alcança Acordo

Na manhã de terça-feira, 26 de novembro, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Eletrobras, Norte Energia, Ministério Público Federal (MPF) e os indígenas Kayapó realizaram uma reunião em Altamira, mas não houve consenso sobre as soluções para os problemas levantados. Sem um acordo, os indígenas decidiram manter a ocupação da sede da Norte Energia até que suas reivindicações sejam atendidas.

Ocupação da Sede da Norte Energia em Altamira

Cerca de 70 indígenas Kayapó tomaram a sede da Norte Energia em Altamira, localizada às margens da rodovia de acesso ao aeroporto da cidade, interditando completamente a via. Até o momento, a empresa não se pronunciou oficialmente sobre a ocupação.

Essa situação reflete as tensões persistentes entre as comunidades indígenas e as empresas responsáveis pelos grandes empreendimentos hidrelétricos na Amazônia, que continuam a enfrentar críticas e exigências de compensação adequadas pelas populações locais afetadas.

Com esse protesto, os povos indígenas reafirmam a importância de cumprir os compromissos ambientais e sociais assumidos pelas empresas responsáveis, garantindo a proteção das terras indígenas e a sustentabilidade das atividades tradicionais.