Aproximadamente 500 servidores da Polícia Militar do Pará (PMPA), que atuarão direta ou indiretamente durante a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), fazem parte da primeira edição do curso de Qualificação de Pessoal para a Polícia Militar do Pará para a COP 30, realizado pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), mediante convênio com a PMPA.
O primeiro módulo já iniciou com 21 turmas, sendo 18 presenciais e três on-line, sob coordenação de seis professores executores, que integram o corpo docente do curso de Licenciatura em Letras-Língua Inglesa da Uepa: André Monteiro Diniz, Jessiléia Guimarães Eiró, Márcia Alves de Oliveira, Sandra Nina Tanakura, Heydejane Nogueira e Josane Freitas Pinto, coordenadora da licenciatura.
As aulas têm sido ministradas no Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) e no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), por alunos de Letras-Língua Inglesa, que estão no último ou no penúltimo ano da graduação. Cada módulo do curso tem uma carga horária de 64h, distribuídas em quatro meses (abril a agosto de 2024; setembro a dezembro de 2024 e janeiro a abril de 2025).
Uma das professoras em atuação como bolsista do convênio é Layza Azevedo de Andrade, que aos 20 anos de idade e cursando o último ano da graduação, vive a primeira experiência profissional como docente de uma turma. E, uma turma que apresenta necessidades bem específicas em relação ao idioma, o que atribui um caráter instrumental às aulas.
Durante as atividades é possível perceber a timidez dos alunos adultos na realização dos exercícios de conversações, que dão conta de situações que eles podem encontrar no dia a dia de trabalho, principalmente no atendimento aos visitantes estrangeiros, interessados em obter informações básicas.
A professora Layza afirma que, apesar da aparente timidez dos alunos, eles são muito interessados e participativos. “Toda a sala de aula de uma turma de idioma tem esse filtro afetivo do aluno, que se reflete em uma certa vergonha de falar, mas essa turma é bem proativa”, comenta Layza, ao avaliar a experiência como “desafiadora e enriquecedora tanto para ela, como para os demais envolvidos”.
O soldado André Ribeiro, 31, que está há dois anos e meio na PMPA e atua no policiamento ostensivo, já estava fazendo um curso de inglês particular, quando soube da oportunidade do curso ofertado na Uepa. “Já assisti a quatro aulas e a gente aprende coisas bem direcionadas. Foi uma boa oportunidade e depois, se for possível, eu pretendo continuar aprendendo inglês”, diz André.
A equipe envolvida na preparação do curso, ao se reunir para planejar as aulas, levou em consideração as demandas que foram apresentadas pela própria PM. Mas, seguindo a formação de natureza freireana, a professora Layza também adequa os diálogos às necessidades que são apresentadas pelos próprios alunos. “Em uma aula que nós estávamos fazendo exercícios de perguntas e respostas sobre como informar determinadas localizações, eles perguntaram como poderiam dizer para a pessoa não ir para determinado lugar por ser perigoso”, detalha.