EMPODERAMENTO FEMININO

Uepa Castanhal realiza 1º Encontro de Mulheres e Meninas na Ciência

Evento da Universidade do Estado do Pará teve como objetivo destacar a importância da participação feminina no cenário científico.

Foto: Divulgação
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A partir do compromisso com a promoção de uma ciência inclusiva e transformadora, o Campus XX da Universidade do Estado do Pará (Uepa), localizado em Castanhal, realizou, nos dias 20 e 21 de maio, o I Encontro de Mulheres e Meninas na Ciência. O evento teve como objetivo destacar a importância da participação feminina no cenário científico, fortalecendo os laços entre a universidade e a comunidade local.

A programação foi composta por palestras, mesas-redondas, minicursos e atividades práticas, conduzidas por mulheres cientistas de diferentes áreas do conhecimento. Entre os temas abordados, estiveram: o papel histórico das mulheres nas ciências, os desafios enfrentados para acesso e permanência no meio acadêmico e as estratégias para a construção de uma ciência mais justa e diversa.

A discente do curso de Licenciatura em Física do campus XX da Uepa, Samya Cruz, avalia a realização do evento como sendo de “extrema importância, pois, além de incentivar as meninas e mulheres a desenvolverem um pensamento científico, também permite que expressem suas opiniões e compartilhem histórias de cientistas”.

Sâmia destaca a bioquímica húngara Katalin Karikó como a figura feminina que a inspirou a seguir o caminho da ciência. Karikó recebeu o Prêmio Nobel de Medicina, em 2023, em decorrência das descobertas que permitiram o desenvolvimento de vacinas de mRNA contra a Covid-19. Para Sâmia, é importante que as meninas e mulheres que sonham em seguir no caminho da ciência “acreditem no seu sonho e não deixem que estereótipos definam até onde podem chegar”.

Na avaliação de Vanessa Moura, também discente do curso de Licenciatura em Física do campus XX da Uepa, o evento foi importante para a valorização das mulheres no meio científico em Castanhal. “Foi uma forma de debater, esclarecer, dividir opiniões, questionar, aprender e, principalmente, estimular a mulher na ciência”, ressalta.

Desafios

Segundo Vanessa Moura, um dos principais desafios que enfrenta como mulher na área de atuação científica é o desrespeito, advindo de comentários machistas. “Muitas vezes, a forma como falamos e como nos vestimos é desrespeitada. Acredito que este desrespeito é o maior desafio. O que a gente deve tentar fazer, sempre, é manter a cabeça erguida, estudar, mostrar que sabemos, passar por cima desses desafios e acreditar no nosso potencial, acima de tudo”, reforça.

A egressa do curso de Licenciatura em Física, Mariza Lisboa, foi uma das idealizadoras do I Encontro de Mulheres e Meninas na Ciência. Em sua visão, o evento foi relevante para debater sobre a desigualdade de gênero e as variadas barreiras enfrentadas por mulheres.

“Tivemos a participação das pesquisadoras da nossa universidade, que inspiraram as graduandas, contando suas histórias e desafios. E, claro, isso reafirmou ainda mais o quanto as mulheres são protagonistas na produção científica”, complementa.

Protagonismo Feminino na Ciência

Para Mariza, existem muitos desafios a serem enfrentados quando se é mulher em qualquer área de atuação profissional, “como a falta de oportunidades, falta de reconhecimento no trabalho, e ter que provar sempre que você é capaz, o que afeta, de certa forma, a nossa segurança”.

A discente afirma que, na caminhada acadêmica, as suas professoras de graduação foram mulheres importantes e inspiradoras, pois ofereceram suporte emocional para superar desafios acadêmicos e, até mesmo, pessoais. “Elas foram além da sala de aula e isso faz com que a gente se sinta segura em um ambiente que é majoritariamente masculino. A gente se sente mais confiante em seguir a carreira acadêmica”.

Como mensagem para as meninas que desejam seguir o caminho da ciência, Mariza Lisboa recomenda que “construam suas histórias, construam seus caminhos. É uma caminhada de muito aprendizado, de transformação, persistência. Tenham voz, pois a ciência precisa de mulheres igual vocês”.