SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um grupo de passageiros que não conseguiu embarcar no voo AT 72-500 da Voepass, ex-Passaredo, que caiu em Vinhedo (SP), estava atônito no aeroporto de Cascavel (PR) enquanto tentava entender a situação.
Com destino a Guarulhos, na Grande São Paulo, a aeronave decolou no fim da manhã com 61 pessoas -quatro delas tripulantes- e caiu em Vinhedo (SP), no interior de São Paulo, a 80 km da capital. A companhia aérea confirmou que todos morreram.
Mas segundo o passageiro José Felipe, em entrevista ao Jornal Hoje, da TV Globo, um grupo de dez pessoas -inclusive ele- perdeu o horário de conexão do voo e ficou em Cascavel.
“A passagem estava comprada, é porque não sabíamos que ia ser essa empresa aqui”, afirmou ele, apontando para a marca da Voepass. “Quando deu 11h, vim procurar e um rapaz disse ‘você não entra mais nesse avião’, eu pelejei e botei uma até uma pressãozinha”, afirmou Felipe, cujo destino final era no Maranhão.
Já Adriano Assis, do Rio de Janeiro, encontrou a área de embarque da Latam fechada quando chegou ao aeroporto. Segundo a empresa, os voos são comercializados pela Latam, mas a aeronave, a estrutura, a operação e o pessoal são da Voepass.
A administração do aeroporto de Cascavel informou que “uma operação padrão de emergência regida pela equipe do Aeroporto está em curso para entrar em contato com as famílias de possíveis vítimas”.
Com a voz embargada, Assis disse à TV Globo que havia ido a Toledo, cidade 50 km distante de Cascavel, a trabalho. Mas quando descobriu o engano, também já era tarde para embarcar. Ele chegou a discutir com um funcionário da companhia, que, nas suas palavras, acabou salvando sua vida.
“Se ele não tivesse feito o trabalho dele, talvez eu não estivesse nessa entrevista aqui.” Adriano tentava se comunicar por telefone com a família, para avisar que não havia conseguido embarcar no voo.
“O pessoal foi avisar que o avião havia caído, ainda falei ‘pô, cara, deve ser livramento de Deus, que o avião pode cair’, num momento de raiva. Esse rapaz, nem sei ainda o nome dele, salvou minha vida.”
Mais um passageiro, com destino ao Pará, perdeu o horário porque a empresa em que ele trabalha pediu um carro por aplicativo que acabou atrasando. Junto com três colegas, ele tentou embarcar, mas não conseguiu e teve a passagem remarcada para um voo às 18h.
O avião, de porte médio, perdeu 3.300 metros de altitude em menos de um minuto a partir das 12h21, segundo o site Flight Aware, que monitora voos em tempo real ao redor do mundo.
A aeronave caiu na área aberta de uma casa em um condomínio residencial no bairro Capela, mas não há informações de vítimas do solo afetadas pelo acidente. “Eu entrei em pânico, não sabia para onde correr, o que fazer. Ele estava em cima de mim. Na minha cabeça, ele ia cair aqui. Era um avião muito grande. Não tinha para onde correr, eu pensei que ia morrer”, disse Odair Simões, 48, que viu o momento da queda.