EXERCÍCIO CORE 24

Tropa do Pará retorna de treinamento no Exército dos EUA

Os militares do Exército Brasileiro, que participaram do treinamento combinado com o Exército dos Estados Unidos, retornaram a Belém nesta quarta-feira (4)

Quarta edição do Exercício CORE foi realizada entre os dias 5 de agosto e 4 de setembro, no Fort Johnson. Foto: Divulgação
Quarta edição do Exercício CORE foi realizada entre os dias 5 de agosto e 4 de setembro, no Fort Johnson. Foto: Divulgação

Os militares do Exército Brasileiro, que participaram do treinamento combinado com o Exército dos Estados Unidos, retornaram a Belém nesta quarta-feira (4), após um mês de dedicação às atividades do Exercício CORE 24 (Combined Operation and Rotation Exercise) em terras norte-americanas. A tropa, composta por 180 militares paraenses, passou por adestramento de mais de um ano para participar do exercício em conjunto com os militares estrangeiros.  

A quarta edição do Exercício CORE foi realizada entre os dias 5 de agosto e 4 de setembro, no Fort Johnson, base militar do Exército estadunidense, situada no estado de Louisiana. O treinamento faz parte de um programa de cooperação entre Brasil e Estados Unidos que estabelece exercícios bilaterais anuais até 2028. Ano passado, militares da tropa americana estiveram em Belém, quando também aprenderam táticas do Exército Brasileiro com atuação na selva. 

Este ano, os soldados paraenses que participaram do exercício integram a Subunidade CORE, efetivo especializado em operações de alto nível, que está subordinado à 23ª Brigada de Infantaria de Selva, sediada em Marabá, e responde ao Comando Militar do Norte. O Comandante Militar do Norte, General de Exército José Ricardo Vendramin Nunes, destacou a qualidade do desempenho da tropa brasileira em solo americano. 

“Foram treinamentos de mais de um ano com os americanos, com nove exercícios e dois deles com tiro real, feitos no Pará. Seguimos para os Estados Unidos no último mês e tivemos um desempenho excelente. É uma interoperabilidade, ou seja, trabalhar junto com outro exército, que nós aprendemos com eles e eles aprendem com a gente. Foi uma atividade muito positiva”, disse o General Vendramin.

Para participar do adestramento combinado com o exército americano, os militares passaram por um período de adestramento rigoroso, que iniciou em fevereiro de 2023. As operações de treinamento envolveram nove exercícios preparatórios, incluindo dois de tiro real, que compõem parte da Operação Munduruku, realizada no município de Marabá. A participação propiciou a troca exitosa de táticas do Exército americano, considerado bastante competente e experiente em combates.

“Nesse exercício ficou comprovado a competência e o valor do nosso soldado paraense, que vem da Amazônia, que conhece a nossa região e as atividades de defesa da pátria. Isso ficou patente para os norte-americanos que teceram diversos comentários positivos da liderança, competência e dedicação dos nossos soldados. Para nós brasileiros, é motivo de grande orgulho  em termos uma tropa brasileira bem representada junto ao exército americano”, afirmou o General Eduardo Veiga, Comandante da 23ª Brigada de Infantaria de Selva. 

De acordo com o Coronel Pângaro, chefe do contingente brasileiro na CORE 24, o alto nível do patamar de operacionalidade enfrentado pela tropa paraense deve deixar um legado para o resto do Exército Brasileiro e para os soldados do ciclo da CORE 25. “Foi um exercício muito importante para mantermos os laços táticos  e históricos com uma nação amiga e também por desenvolvermos praticamente todos os nossos sistemas de combate, em que nossa tropa teve um excepcional desempenho e um incremento de operacionalidade realmente destacado dentro do exercício”, reforçou. 

PROGRAMA

A preparação contou com uma série de adestramentos operacionais, físicos, administrativos, intelectuais, além de acompanhamento psicológico. A rigorosidade do treinamento prévio resultou no destacamento do Cabo Ailson Sansão, que teve atuação exemplar em algumas atividades executadas durante o exercício. Natural de Marabá, o militar considera que a experiência em terras estrangeiras será de grande valia não só em relação às táticas de combate, mas aos costumes e valores pessoais. 

“Foi muito gratificante participar e creio que qualquer um que fosse destacado representaria bem nessa missão. Me sobressai em algumas atividades que foram, entre elas, infiltração aeromóvel, algumas emboscadas, as quais eu pude conduzir a minha esquadra a melhor oportunidade para abater o inimigo ou o comboio do Batalhão Jerônimo que estava sendo a nossa força oponente”, relatou o cabo.