Pará

Toxoplasmose: conheça a causa da morte de macacos do Bosque

Toxoplasmose: conheça a causa da morte de macacos do Bosque

Uma série de vídeos circularam na web, mostrando os macacos do bosque Rodrigues Alves em Belém agonizando nas calçadas. Muitos animais morreram e intrigou médicos e pesquisadores locais. 

Após pesquisas realizadas pela Polícia Científica do Estado do Pará  foi identificado que os animais da espécie Macaco-de-Cheiro estavam com toxoplasmose.

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Você sabe o que é Toxoplasmose? como ocorre a transmissão, quais são os sintomas e prevenção. O médico infectologista da Beneficente Portuguesa, Dr. Alessandre Beltrão esclareceu sobre a doença. 

“A Toxoplasmose é uma doença parasitária causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Está muito relacionada a condições de saneamento deficiente sendo a principal via de transmissão, a ingestão de formas do parasita em alimentos contaminados ou por carnes cruas ou mal cozidas”  

Sobre a morte de muitos macacos ele explicou: “São muito comuns “pequenos surtos” da doença vitimando pessoas e até outros primatas, como no caso que aconteceu em Belém, quando expostos aos cistos contaminando alimentos oferecidos ou o próprio solo.”

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“Os sintomas na maioria dos casos em humanos não são graves, e se manifestam em geral de 5 a 20 após a exposição, média de 6 a 13 dias e incluem: cefaléia (dor de cabeça), febre, mialgia (dor no corpo), astenia (fraqueza muscular) e principalmente infartamento ganglionar cervical (gânglios aumentados no pescoço), geralmente dolorosos mas que diminuem com a melhora do quadro”

“Formas mais graves podem ser vistas na transmissão congênita (mulheres que adquirem a enfermidade durante a gestação (e passam ao concepto podendo incorrer em malformações congênitas, até o aborto) e nas pessoas que tem imunodeficiência não tratadas (como por exemplo, nos indivíduos que convivem com vírus HIV, sem tratamento)”

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E alertou sobre a prevenção da doença. “Para se prevenir, o ideal é evitar o contato com dejetos de animais felinos, geralmente em locais públicos como praças, parques e outros (se ocorrer, principalmente em crianças, promover a higienização das mãos dos menores sempre ao usufruírem desses espaços), sendo portanto a higienização das mãos a principal medida para evitar a transmissão, sobretudo perante o contato com alimentos, que igualmente devem sempre passar por fases de higienização correta antes do consumo (evitar alimentos crus ou  mal cozidos, de origem duvidosa), incluindo evitar consumo de carnes cruas (de animais de “sangue quente” como o gado e porco por exemplo)” finalizou o infectologista Dr. Alessandre Beltrão.