Jovens cursam fonoaudiologia após terem vidas transformadas por implante

Conheça a história de duas jovens que foram aprovadas no vestibular e escolheram o curso de fonoaudiologia por terem suas vidas transformadas a partir do implante coclear, capaz de devolver a audição. (Dra. Iza Pardal - Fonoaudióloga)
Conheça a história de duas jovens que foram aprovadas no vestibular e escolheram o curso de fonoaudiologia por terem suas vidas transformadas a partir do implante coclear, capaz de devolver a audição. (Dra. Iza Pardal - Fonoaudióloga)

A escolha pela carreira profissional marca uma fase da vida em que jovens e adolescentes fazem a opção pelo curso superior que pretendem prestar vestibular e, nesse momento, muitos são os fatores que influenciam essa decisão. No caso de duas calouras que comemoraram a aprovação neste ano, a inspiração para cursar fonoaudiologia veio de dentro de casa. Agora, elas dão os primeiros passos rumo à profissão que pode ajudar a transformar vidas, assim como aconteceu com elas próprias, em situações diferentes da vida.

Taina Figueiredo Rodrigues – Caloura

Tainá Figueiredo Rodrigues tinha apenas oito anos de idade quando passou pela cirurgia que garantiu a implantação de uma prótese auditiva que capta e transforma os sons externos em impulsos elétricos, o implante coclear. Naquela altura, ela que havia perdido a audição aos cinco anos de idade, já começava a sentir as consequências também na voz. “Antes de eu fazer o implante eu estava perdendo minha voz, não conseguia acompanhar na escola, estava muito difícil para mim. Depois do implante, com o acompanhamento da fonoaudióloga, a minha vida mudou para melhor”, lembra ela, que hoje tem 18 anos. “O que eu lembro quando ativaram o implante, deixaram uns brinquedos para eu brincar e a doutora ativou o implante e me assustei porque comecei a ouvir os sons”.

Ao longo desses 10 anos como implantada, os acompanhamentos com a fonoaudióloga acabaram despertando na jovem a vontade de ajudar outras pessoas, assim como a profissão lhe ajudou um dia. Vencendo todos os desafios que estão implicados na busca por uma vaga no ensino superior, a jovem conseguiu realizar o desejo de criança e comemorou, no início deste ano, a aprovação no curso de fonoaudiologia. “Eu escolhi este curso porque devido eu ter muito contato com fonoaudióloga eu me apaixonei pela profissão. Ainda pequena, quando eu era criança e saía do consultório, eu vinha para casa, montava o meu consultório e brincava de ser fonoaudióloga porque sempre achei essa profissão muito importante na vida de um deficiente auditivo”, recorda. “Também até hoje não sei a causa da minha perda auditiva, acredito que nesse curso eu vou encontrar respostas para todas as minhas dúvidas em relação a minha perda auditiva, eu quero ajudar as pessoas como eu. Estou bem animada, quero conhecer o mundo da fonoaudiologia para me formar em uma excelente profissional, mesmo sendo deficiente auditiva, acredito que vou vencer todas as minhas limitações e ser uma fonoaudióloga surda oralizada de sucesso”.

Icleia Eduarda Barroso – Caloura

A inspiração da jovem Icleia Eduarda Barroso de Souza, 18, para escolher a profissão de fonoaudióloga também veio da vontade de ajudar outras pessoas, assim como o seu pai foi ajudado a partir do recebimento do implante coclear. “Meu pai é bi-implantado e ele sempre foi uma inspiração pra mim, tanto que eu já pensei em fazer medicina para me especializar em otorrinolaringologia. Acompanhei a evolução da fala e da tecnologia dos aparelhos auditivos dele”, lembra. “Durante os meus estudos para o vestibular, sempre tive como primeira opção medicina. Porém, fonoaudiologia foi um curso que me chamou muita atenção e fez com que eu me esforçasse para conseguir uma vaga. Eu estou bem ansiosa pra essa nova caminhada e feliz em ter passado em um curso que é importante para mim e para o meu pai”.

(Reportagem de Cintia Magno)