
Pará - O domingo (20) foi de reencontro com a natureza no município de Salvaterra, no Arquipélago do Marajó. Em uma ação que reuniu ciência, conservação e educação ambiental, 140 quelônios das espécies tartarugas-da-Amazônia e tracajás foram soltos no Lago Caraparu. A atividade integrou a programação da Operação Verão 2025, e foi promovida pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) e pelo Parque Zoobotânico Mangal das Garças, com apoio da Secretaria de Meio Ambiente de Salvaterra.
O momento da soltura atraiu moradores, visitantes e autoridades locais. O público acompanhou a reintrodução dos animais ao habitat natural. Todos os quelônios foram gerados e criados em cativeiro, sob os cuidados técnicos do Mangal das Garças, desde a postura dos ovos até o estágio juvenil, quando já estavam aptos a sobreviver em ambiente natural. A ação emocionou o público presente e reforçou o compromisso com a proteção da fauna amazônica.

A operação logística da soltura foi cuidadosamente planejada. O gerente da Região Administrativa do Marajó do Ideflor-Bio, Hugo Dias, fez uma visita técnica à equipe do Mangal das Garças, onde foram discutidos todos os detalhes, desde o transporte seguro dos animais até as condições ideais do local de soltura.
“O retorno desses animais ao ambiente natural é o resultado de um trabalho conjunto que une conhecimento técnico, amor à natureza e responsabilidade ambiental. É um momento de celebração da vida e da biodiversidade do nosso Marajó”, afirmou Hugo Dias.

Conscientização – Durante a atividade, os visitantes também participaram de ações educativas. Equipes do Ideflor-Bio, do Mangal das Garças e da Secretaria de Meio Ambiente de Salvaterra compartilharam informações, distribuíram material informativo e realizaram atividades voltadas ao público infantil. A intenção foi ampliar a conscientização sobre o papel ecológico dos quelônios e os riscos que eles enfrentam, como o tráfico de fauna e a destruição de habitats.
Para o biólogo do Mangal das Garças, Basílio Guerreiro, a soltura vai além da preservação direta das espécies: é uma ação que contribui para o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos. “Esses organismos são importantes para a cadeia alimentar, porque vão servir de alimento para alguns peixes e também vão se alimentar de organismos que já existem nos rios. Esses organismos vão ficar no controle ambiental, portanto, tudo vai ficar em equilíbrio se esses animais estiverem presentes”, explicou.

Além do impacto ecológico, a ação também busca sensibilizar moradores e turistas sobre a importância do cuidado coletivo com o meio ambiente. A presença das famílias e a participação de crianças foram pontos altos da programação, consolidando o objetivo de formar uma cultura ambiental ativa, voltada à valorização da fauna e dos recursos naturais da Amazônia.
Avanço – Para o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, o domingo terminou com aplausos e olhares emocionados ao ver os quelônios deslizarem lentamente até as águas do Lago Caraparu, iniciando uma nova fase de suas vidas. Segundo ele, a ação deixa uma mensagem clara: proteger a Amazônia é um compromisso que começa com pequenos gestos e ganha força com o envolvimento de todos.

“Essa iniciativa também teve um forte caráter simbólico, ao mostrar que a conservação da biodiversidade depende da união entre instituições públicas, centros de pesquisa e a comunidade. Com o sucesso da atividade em Salvaterra, pretendemos ampliar ações semelhantes em outras áreas do Marajó, contribuindo para a recuperação populacional dos quelônios e para a educação ambiental no território”, concluiu o presidente do Ideflor-Bio.