VAREJO SUSTENTÁVEL

Shopping implanta Estação de Efluentes suspensa em Belém

Ozônio no lugar do cloro: A Nova Estação de Efluentes que revoluciona o tratamento na capital da COP30

Belém, Pará. Shopping Pátio Belém. Estação de Tratamento de Efluentes do Shopping Pátio Belém, que utiliza ozônio no processo de tratamento. 23/05/2025. Foto: Cintia Magno/Diário do Pará.
Belém, Pará. Shopping Pátio Belém. Estação de Tratamento de Efluentes do Shopping Pátio Belém, que utiliza ozônio no processo de tratamento. 23/05/2025. Foto: Cintia Magno/Diário do Pará.

Vista de fora, a estrutura erguida seis metros acima do chão não deixa perceber que abriga uma estação de tratamento de efluentes em pleno centro da cidade de Belém. A construção discreta foi pensada exatamente para solucionar o desafio de instalar uma estação com capacidade para tratar até 6.200 metros cúbicos de efluentes por mês, em um espaço compacto. Uma solução que também passou pela inovação na própria forma de tratamento do efluente.

Shopping Pátio Belém. Arquiteta Natália Leão e o gerente de operações do Pátio Belém, Afonso Lobato, na Estação de Tratamento de Efluentes do Shopping Pátio Belém, que utiliza ozônio no processo de tratamento. Foto: Cintia Magno/Diário do Pará.

O Gerente de Operações do Pátio Belém, Afonso Lobato, conta que o shopping já tinha uma estação de tratamento de efluentes, biológica, mas que já não estava apresentando a mesma eficiência desejada. Foi quando se decidiu investir na construção de uma nova estação. “A administradora decidiu fazer um investimento em uma estação moderna, mas não tínhamos espaço externo para instalar a estação. Então, precisamos fazer essa plataforma de 304 metros quadrados, acima da passagem de trânsito, e o espaço foi analisado para comportar uma tecnologia que nos atendesse e que pudesse ser montada em um espaço bem compacto”.

Com o primeiro desafio vencido, montar a plataforma que abrigasse toda a planta da estação de tratamento, foi o momento de montar o sistema de processamento. A estação instalada no shopping tem como grande diferencial o uso de ozônio no tratamento dos efluentes, diferente do modelo tradicional em que se utiliza cloro, por exemplo. “O tratamento por ozônio foi a grande diferença que nós conseguimos nesse processo porque a nossa área é muito compacta e o tratamento de ozônio nos trouxe esse diferencial”, explica Afonso.

“Aquilo que a natureza processa para produzir o ozônio, nós estamos produzindo dentro dessa planta. Nós concentramos oxigênio e, através de descargas elétricas, a gente rompe o oxigênio e sintetiza o ozônio. E esse ozônio vai diretamente para a torre de oxidação, já onde passa o efluente e ela começa a fazer todo esse processo de tratamento”.

Tratamento de Efluentes com Ozônio

O gerente de operações explica que o ozônio é três vezes mais oxidante que o cloro e o processo dele é 21 vezes mais rápido do que o do cloro para fazer essa oxidação. Com isso, é possível tratar 100% do efluente do shopping e de forma contínua. “A gente consegue de uma maneira contínua tratar o nosso efluente. Eu não preciso de um tanque de equalização para ficar esperando que o microrganismo aja no efluente e a partir disso eu comece a processá-lo, como no processo tradicional. Aqui eu não preciso de nada disso. O meu efluente chega e imediatamente é bombeado para a nossa estação e já começa a ser tratado. Então, eu não tenho nenhum delay”.

Belém, Pará. Shopping Pátio Belém. Plataforma construída para abrigar a Estação de Tratamento de Efluentes do Pátio Belém, vista de fora. 23/05/2025. Foto: Cintia Magno/Diário do Pará.

Vantagens do Tratamento Contínuo

Se houver qualquer problema que leve à interrupção do processo de tratamento, na hora que o processo voltar à operação, imediatamente o efluente voltará a ser tratado. Outro diferencial da tecnologia que utiliza ozônio no processo de tratamento é que não são gerados cheiros característicos. “A nossa estação foi projetada para tratar 6.200 metros cúbicos por mês e hoje a gente só está tratando 5 mil metros cúbicos por mês. O que nos dá uma folga de processamento para que, se no futuro houver necessidade de o shopping expandir, nós já estarmos resguardados para que isso aconteça”, considera Afonso Lobato. “Esse processo não foi rápido, gastamos dois anos para fazer tudo isso: primeiro construir a plataforma, depois montar o nosso sistema de processamento, mas hoje a gente vê que todo o esforço valeu à pena. A gente não só está fazendo a nossa parte, que é garantir que o nosso efluente saia completamente tratado daqui de dentro do shopping, mas essa iniciativa, como qualquer outra que a administradora adota com relação às questões ambientais, como a separação e reciclagem do lixo, e até a compostagem mecanizada que o shopping tem aqui, é sempre visando que a gente esteja sempre em conformidade com tudo o que é necessário para manter o meio-ambiente em equilíbrio”.