Serviço de adestração está em alta no Pará

A profissão de adestrador foi uma das dez que mais se destacaram no período da pandemia. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
A profissão de adestrador foi uma das dez que mais se destacaram no período da pandemia. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Wesley Costa

A presença de animais domésticos nos lares brasileiros cresceu bastante nos últimos anos, e os serviços relacionados ao mundo pet também seguem as demandas que surgiram. No Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), existem mais de 140 milhões de animais de companhia. Desses, mais de 55 milhões são cães.

Com tantos novos membros nas famílias e que precisam de cuidados como passear e brincar para socializar e gastar energia, as buscas por profissionais de adestração também aumentaram. Uma pesquisa divulgada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), revelou que a profissão foi uma das dez que se destacaram no período da pandemia da Covid-19.

A adestradora Fernanda Coronel começou no ramo fazendo passeios com cachorros, mas apenas como hobby. Porém, nos últimos dois anos, a cartela de clientes foi crescendo tanto que ela viu a necessidade de se especializar, inclusive em instituições fora do país, para continuar com o serviço personalizado.

“Havia uma necessidade, principalmente dos meus vizinhos que tinham cães, e que esses precisavam passear. Então, tudo começou como um freelancer mesmo. Durante a pandemia fui para outro país, fiz cursos, e quando retornei para a cidade comecei a divulgar o serviço de adestração que também vinha aumentando, principalmente por esse número de animais adquiridos na pandemia”, contou.

IMPACTO

A adestradora apontou que o retorno das atividades das famílias impactou bastante no comportamento dos animais que passaram a necessitar ainda mais dos serviços. “Muitos dos animais ficaram com medo, com dificuldade de socialização e desenvolveram até mesmo uma certa agressividade. Então, nosso trabalho não se resume em sair para passear ou ensinar comandos. Mas sim mudar o comportamento desses cães para que consigam viver em harmonia”, disse.

A fisioterapeuta Flávia Hage, 29, que é tutora de dois animais, contou que buscou os serviços de adestramento, inicialmente, para um momento especial em sua vida. Porém, com o passar do tempo, ela foi percebendo as grandes mudanças em seus comportamentos e decidiu manter a frequência dos serviços de adestração.

Pesquisa divulgada pelo Sebrae mostrou que a profissão foi uma das dez que se destacaram no período da pandemia da Covid-19. Foto: Mauro Ângelo

“Eu queria muito que eles levassem as alianças no dia do meu casamento. Foi quando contratei o serviço, especialmente para treiná-los com essa finalidade. Porém, a mudança deles foi enorme e bastante gratificante. Não somente para nós humanos, como também para eles, né?. Por isso, eu sempre indico que os tutores procurem o mais cedo possível por um profissional que desenvolva esse serviço”, afirmou.

PROFISSIONAIS

A comunicóloga e adestradora Illa Quadros também falou sobre o crescimento da profissão na capital paraense. “Antes, não tínhamos essa noção e pouco se via profissionais que realizavam esses serviços na cidade. Apesar de ainda ser um mercado bem enxuto com relação a pessoas capacitadas, a demanda é muito grande pelo serviço”, afirma.

A profissional que atua também como voluntária em abrigos, lembra que não somente os cães podem passar pelos treinamentos. “Ainda tem muito essa dúvida, principalmente com relação aos felinos. Apesar de manterem outro comportamento, os gatos também são capazes de aprender os comandos e serem adestrados. Claro que a forma de trabalho é outra e o tempo de dedicação é maior, mas é possível”, afirmou.