Pará

Senador Jader apoia tacacazeiras como Patrimônio do Brasil

O Tacacá foi a comida mais pesquisada na plataforma de pesquisas Google em 2023, ano em que o hit da cantora paraense Joelma ganhou as redes sociais,. FOTO: Irene Almeida
O Tacacá foi a comida mais pesquisada na plataforma de pesquisas Google em 2023, ano em que o hit da cantora paraense Joelma ganhou as redes sociais,. FOTO: Irene Almeida
Luiza Mello
O Tacacá foi a comida mais pesquisada na plataforma de pesquisas Google em 2023, ano em que o hit da cantora paraense Joelma ganhou as redes sociais, como o Tik Tok e o Instagram. “Voando para o Pará” despertou a curiosidade de quem não vive na região amazônica, onde a especiaria faz parte do dia a dia da população.
Comum em todos os estados do Norte, foi no Pará que a especiaria ganhou forte identidade, com o trabalho das tacacazeiras nas esquinas, nos mercados e pontos turísticos de Belém.

E são as tacacazeiras, detentoras do processo do modo de fazer e vender o tacacá, que estão sendo ouvidas pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) para promover o registro do ofício desses profissionais  como Patrimônio Cultural do Brasil.

Sempre apoiando as iniciativas culturais e originárias do Pará, o senador Jader Barbalho (MDB) apresentou, no ano passado, uma emenda parlamentar individual, no valor de R$ 388.562,00, para a realização do processo para o reconhecimento do ofício das tacacazeiras como Patrimônio Cultural Brasileiro.

Tacacazeiras devem virar patrimònio nacional graças às emendas do Senador

“Nosso tacacá sempre foi um patrimônio do povo paraense, basta andar um pouco pelas ruas de Belém e encontrar nossas tacacazeiras oferecendo essa iguaria que acabou viralizando por todo país por causa do refrão ‘eu vou tomar um tacacá’. É uma iguaria que revela os sabores da Amazônia, nas barracas de rua ou no tradicional mercado Ver-o-Peso. O tacacá é uma verdadeira atração turística por todo o Pará e pela Amazônia “, comemorou o senador ao informar que o processo de reconhecimento está em fase avançada.

O senador destaca a influência do tacacá com as relações sociais entre os paraenses. “É um hábito do paraense concluir ou iniciar uma conversa com um “bora tomar um tacacá”, uma iguaria tradicional, que é fácil encontrar em qualquer esquina, consumida mesmo em dias mais quentes. Faz parte do nosso dia a dia, após o trabalho marcar encontros com amigos em um dos inúmeros pontos de vendas espalhados por Belém e por praticamente todas as cidades do Pará”, revela Jader Barbalho.

O senador destaca a influência do tacacá com as relações sociais entre os paraenses. Foto Marco santos

Após a viralização por todo Brasil da música “Voando Pro Pará”, o tacacá ganhou mais repercussão nacional do que já tinha e surgiram dúvidas sobre o que era o alimento que a artista colocou em seu verso e na boca de milhões de brasileiros.

O tacacá é um prato produzido e consumido em diversas regiões da Amazônia brasileira com subprodutos da mandioca, entre os quais o tucupi e a goma, além de camarão seco, jambu e diversos temperos.

VALORIZAR O OFÍCIO

Uma pesquisa coordenada pela Universidade do Oeste do Pará (Ufopa) vai produzir a documentação, fotos e vídeo documentário, em diálogo com detentoras e comunidade, para instruir o processo de registro. A equipe responsável conta com pesquisadores locais em cada um dos estados da região Norte (Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Acre, Amapá e Tocantins).

“Nós pretendemos complementar informações da pesquisa iniciada nos anos 2000 e ouvir as demandas, dificuldades e ameaças ao ofício para que a gente formule ações para salvaguardar essa atividade”, disse a coordenadora da pesquisa do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Sociedades Amazônicas, Cultura e Ambiente da Universidade Federal do Oeste do Pará, Ufopa, Luciana Carvalho.

O registro como Patrimônio, tem o objetivo de trazer à luz e valorizar um ofício e um saber que resultam e contribuem para a riqueza cultural do país. O modo de fazer e vender o tacacá envolve a complexidade dos sistemas culinários amazônicos, de um paladar bem específico, amplamente disseminado em vários estados e cidades e imerso em um universo simbólico denso, e uma prática tradicional que é também meio de vida para muitas famílias