SEGURANÇA

Segurança na escola: Casos de bullying caem no Pará

Escolas do Estado contam com apoio do sistema de segurança pública e também de um aplicativo que permite o acionamento policial imediato

Desde 17 abril de 2023, todas as escolas públicas do Pará passaram a contar com apoio de efetivo do sistema de segurança pública, além do apoio do aplicativo “Alerta Pará Escola”
Desde 17 abril de 2023, todas as escolas públicas do Pará passaram a contar com apoio de efetivo do sistema de segurança pública, além do apoio do aplicativo “Alerta Pará Escola”

Pará - Desde 17 abril de 2023, todas as escolas públicas do Pará passaram a contar com apoio de efetivo do sistema de segurança pública, além do apoio do aplicativo “Alerta Pará Escola”, criado para prestar apoio em casos de urgência e emergência no ambiente escolar. A medida teve seu início após um caso de esfaqueamento de um estudante na capital, que gerou uma comoção pública e preocupação dos entes estatais para buscar medidas efetivas e céleres para coibir atos de violência dessa natureza nas dependências e adjacências de escolas. Dia 07/04 é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Bullying e a Violência Escolar.

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) informa que nos dois primeiros meses deste ano (janeiro e fevereiro), foram registrados 16 casos de bullying no Estado, o que representa uma redução de 15% em comparação ao mesmo período do ano passado, em que foram contabilizadas 19 ocorrências do mesmo crime. Em 2024, de janeiro a dezembro, foram registrados 178 casos do mesmo crime.

O aplicativo permite o acionamento de apoio policial imediato para prestar auxílio nos casos de urgência e emergência, além de promover a prevenção e segurança nas escolas no Estado. Além disso, possibilita aos diretores e responsáveis, juntamente com o órgão de segurança pública, darem uma resposta imediata nos casos de violência contra estudantes, já que o sistema, além de várias ferramentas, inclui a localização, o que permite o envio da viatura mais próxima para a escola.

Com a facilidade de divulgação e propagação de imagens na rede mundial de computadores, assistimos rotineiramente casos de violência escolar em todo o Brasil. Alguns dos casos dentro das escolas, outros na saída, mas em comum entre todos a constatação que todos têm como motivação insultos, violência física e psicológica bullying no ambiente escolar, que causam sentimento de repúdio, mas também de reflexão, já que necessitam de medidas urgentes para enfrentamento do problema.

Cenário

Dados divulgados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que faz estudos comparativos, a cada três anos, avaliando o desempenho dos estudantes de até 15 anos, em todo mundo, mostravam que em 2015 a estimativa era que um em cada dez estudantes no Brasil sofreu bullying e outras formas de violência física e psicológica no ambiente escolar.

Em 2018, o mesmo estudo mostrou que o percentual de estudantes que relataram terem sido alvos de bullying em escolas brasileiras havia subido para 29%. Já em 2022, o programa trouxe dados mostrando que 22% de meninas e 26% de meninos, na faixa etária mencionada, relatam bullying frequente, além de outras formas de violência no ambiente escolar.

“Diante desse cenário alarmante e preocupante, o papel das escolas e do poder público é preponderante, tanto para combater o bullying e demais casos de violência no ambiente escolar, como para impor medidas pedagógicas e punitivas contra quem pratica ou se omite quando tem o dever legal de prevenir e combater”, destaca o advogado Pedro Henrique Garcia Tavares.

Ele lembra que no Brasil existem Leis importantes como a de nº 13.185, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) em todo o território nacional, impondo como objetivos a serem alcançados por todos os estados federativos “o de promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência, com ênfase nas práticas de bullying, além de outros tipos de violência física e psicológica no ambiente escolar”.