OPERAÇÃO MARAJOARA

Segurança da COP30: Forças Armadas preparam operação conjunta em Belém

O Ministério da Defesa aprovou uma diretriz que estabelece as bases para o planejamento durante a COP30 em Belém.

Portaria do Ministério da Defesa aprova diretriz que orienta ações militares durante a conferência climática da ONU, prevista para novembro de 2025 na capital paraense
Portaria do Ministério da Defesa aprova diretriz que orienta ações militares durante a conferência climática da ONU, prevista para novembro de 2025 na capital paraense Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

O Ministério da Defesa aprovou uma diretriz que estabelece as bases para o planejamento e o preparo das Forças Armadas em ações de segurança durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada de 4 a 23 de novembro de 2025, em Belém, capital do Pará.

A medida foi oficializada por meio de portaria assinada pelo ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, e publicada no Diário Oficial da União. A diretriz tem caráter preparatório e autoriza o início do planejamento logístico e estratégico, condicionando a execução à autorização do Presidente da República, conforme previsto em lei.

Batizada de “Operação Marajoara”, a ação prevê o emprego temporário e episódico das Forças Armadas, caso necessário, para garantir a segurança dos eventos ligados à COP30. A conferência é considerada o maior evento climático do mundo e deve reunir líderes de Estado, representantes internacionais e milhares de participantes em Belém.

Estrutura integrada de comando

A diretriz orienta a criação de um Comando Operacional Conjunto (C Op Cj MARAJOARA), que contará com militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Cada força ficará responsável por indicar efetivo, disponibilizar meios logísticos e assegurar o alinhamento das ações à comunicação estratégica nacional.

O Comando Militar do Norte (CMN), com sede em Belém, terá papel central na organização das operações, sob coordenação direta do Exército Brasileiro. Já a Aeronáutica atuará na coordenação e controle aeroespacial durante o evento, utilizando a estrutura do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE).

A Marinha do Brasil também será mobilizada, especialmente no apoio logístico e no controle das vias fluviais estratégicas que cercam a cidade, garantindo a segurança marítima da região durante a conferência.

Governança e integração interagências

A diretriz estabelece, ainda, que o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas será responsável por coordenar a operação junto aos comandos militares e à Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério da Defesa, garantindo uma atuação articulada com os órgãos civis e as estruturas de segurança pública federais, estaduais e municipais.

Entre as responsabilidades estão o apoio à Coordenação de Segurança de Área (CSA) e à Coordenação de Defesa de Área (CDA), especialmente em momentos que envolvam a presença do Presidente da República e outras autoridades internacionais.

O planejamento abrange a realização de gestões orçamentárias para garantir a infraestrutura necessária à operação e a definição dos critérios técnicos para a atuação interagências.

Segurança como prioridade

A realização da COP30 em Belém é um marco histórico para a região amazônica e para o Brasil. Com a expectativa de reunir mais de 30 mil participantes de diversos países, o evento impõe desafios logísticos e de segurança em grande escala. A diretriz do Ministério da Defesa antecipa o preparo das Forças Armadas para garantir um ambiente seguro, organizado e com plena capacidade de resposta a qualquer eventualidade.

A Operação Marajoara será uma das maiores mobilizações militares do país nos últimos anos voltada a um evento internacional, evidenciando o papel estratégico das Forças Armadas na proteção de eventos de interesse nacional e global.