Em meio aos debates sobre soluções para a crise climática, a energia solar tem sido uma alternativa limpa e renovável, em residências e empreendimentos. A tendência é a substituição dos combustíveis fósseis pelas fontes sustentáveis.
Diante desse cenário, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), em parceria com a Igreja Assembleia de Deus Campo das Missões, iniciou nesta terça-feira (13) mais uma turma do curso de Instalador de Sistema Solar Fotovoltaicos “On Grid e Off Grid”, beneficiando 34 internos da Unidade de Custódia e Reinserção I (UCR I) de Marituba (Região Metropolitana de Belém) com a qualificação profissional. Outras seis vagas serão destinadas a policiais penais da unidade.
A pedagoga Silvana Santiago, servidora da Gerência de Ensino Profissionalizante (GEP), vinculada à Diretoria de Reinserção Social (DRS) da Seap, informou que o curso, realizado na UCR Marituba I, terá duração de 12 dias. Segundo ela, esse tipo de capacitação “tem um impacto na reinserção e na sustentabilidade”.
O curso é adequado às exigências do mercado atual de trabalho, pois a energia solar é uma tecnologia de ponta. “É uma iniciativa que se alia à formação técnica e à alta demanda no mercado de trabalho com a promoção da sustentabilidade ambiental. Essa formação oferece um impacto significativo na vida desses detentos, ampliando suas perspectivas de reintegração social através da qualificação profissional e, simultaneamente, contribuindo para a preservação do meio ambiente”, acrescentou.
Oportunidade de trabalho – Silvana Santiago disse ainda que ao adotar e expandir o uso dessa tecnologia é possível não apenas avançar em direção ao futuro energético mais limpo, mas também aumentar campos de trabalho, que necessitam de profissionais qualificados em instalação, operação e manutenção de sistemas solares.
“A formação técnica oferecida nesse curso é alinhada às necessidades do mercado atual, que enfrenta uma crescente demanda por profissionais especializados em energia solar. Essa capacitação é crucial para o período pós-cárcere, pois oferece aos egressos uma base sólida para competir por oportunidades de emprego em um setor em expansão: o domínio de competência em instalação de painéis solares e manutenção de sistemas fotovoltaicos. E o conhecimento sobre as regulamentações vigentes posiciona ex-detentos a uma vantagem competitiva significativa no mercado de trabalho”, reiterou a pedagoga.
Remição de pena – Além dos benefícios e direitos de empregabilidade, a participação no curso pode resultar em remição de pena, explicou Silvana Santiago. A cada 12 horas de estudo, o interno reduz um dia de pena, conforme previsto na Lei de Execuções Penais. A remição por estudo permite a redução de pena a partir de atividades educacionais e da profissionalização, o que incentiva a adesão ao curso e reforça o compromisso com a educação e o desenvolvimento pessoal.
“A promoção do curso de energia solar dentro das unidades prisionais é uma iniciativa que transcende a simples capacitação técnica. Ela integra a questão ambiental com a social, ao formar indivíduos que, inseridos na sociedade, estarão aptos a atuar em um campo que contribui diretamente para a sustentabilidade do planeta. Essa formação não só prepara os detentos para o mercado de trabalho, mas também os sensibiliza para a importância da preservação ambiental, criando agentes de mudanças que podem contribuir para a redução dos empates ambientais em suas comunidades”, ressaltou Silvana Santiago.