Rosilene da Costa Paixão, natural do município de Aurora do Pará, região nordeste do Estado, teve sua filha Isis Valentina em setembro deste ano na sua cidade natal, quando foi constatada uma deformação neurológica e a recém-nascida foi transferida imediatamente para a Santa Casa, onde permanece internada na área de pediatria do hospital. Na luta pela saúde de sua bebê, Rosilene está feliz com o resultado cirúrgico de sua filha.
Isis foi uma das quatro crianças atendidas no mutirão desta semana, voltado a atender pacientes com hidrocefalia. Rosilene relata a sua expectativa para a recuperação da sua filha, após a cirurgia. “Eu espero que dê tudo certo, e em nome de Jesus Cristo vai dar. Já tem um bom tempo que eu estava à espera dessa cirurgia para minha filha, e com esse mutirão nós fomos incluídas. Meus parentes, lá em Aurora do Pará, estão todos na torcida pelo sucesso dessa cirurgia e na corrente do bem para essa recuperação o mais breve possível”, diz Rosilene Paixão.
A médica neurocirurgiã Simone Rogério, uma das coordenadoras do mutirão cirúrgico, destaca que a Santa Casa é referência no atendimento às crianças acometidas com hidrocefalia. A hidrocefalia é um acúmulo de líquido excedente nos espaços normais dentro do cérebro (ventrículos) e/ou entre as camadas de tecido interna e média que recobrem o cérebro (o espaço subaracnóideo).
“O foco são crianças com hidrocefalia. A gente tem critérios para avaliar crianças a partir de dois meses de idade, com hidrocefalia pós-infecção, pós hemorragia, hidrocefalia congênita, que preencham um critério depois de estudadas e avaliadas com a ressonância vão para a programação cirúrgica. O objetivo é deixar essas crianças sem o sistema de válvula, sem o sistema de derivação ventrículo plenitorial, que é o sistema que se usa atualmente, mas os casos que podem ficar sem esse dispositivo são muito melhores para as crianças e tem o melhor impacto econômico. Mas o principal é que é a melhor evolução, o melhor prognóstico para essa criança”, esclarece Dra Simone.
”Tínhamos cinco crianças programadas para operar, e uma delas teve um problema infeccioso e está em tratamento. As crianças que foram operadas estão super bem”, informa a médica. No primeiro semestre deste ano, a Santa Casa fez um mutirão em sete crianças que também foram beneficiadas com a cirurgia com o neuroendoscópio flexível para a correção de hidrocefalia.
“Nós já usamos a neuroendoscopia nas cirurgias neurológicas na Santa Casa do Pará, mas com o endoscópio flexível é possível ampliar a faixa etária que podemos operar, realizando o procedimento em crianças em idade menor. A técnica dá a possibilidade de mais crianças ficarem sem as válvulas, evitando o uso do dispositivo que pode ter complicações mecânicas ou infecciosas. E para nós, como cirurgiões e toda a equipe, é um upgrade na neurocirurgia receber o treinamento para a utilização dessa técnica de neuroendoscopia flexível”, informa Simone Rogério.