ALTER-DO-CHÃO

Sairé 2025: Boto Cor de Rosa conquista 12º título no Festival dos Botos

O Boto Cor de Rosa foi o grande vencedor do Festival dos Botos, que finalizou a programação do Sairé 2025.

Fotos: Augusto Miranda / Agência Pará
Fotos: Augusto Miranda / Agência Pará

O Boto Cor de Rosa foi o grande vencedor do Festival dos Botos, que finalizou a programação do Sairé 2025, na vila de Alter do Chão, em Santarém, oeste do Pará, no fim da noite de segunda-feira, 22. O enredo deste ano foi “Catraia: Encantaria do Atravessar”, homenageando os catraieiros de Alter do Chão, os profissionais que fazem a travessia diária para a Ilha do Amor, nas pequenas embarcações chamadas de “catraias”. Esta foi a 12ª vitória do Cor de Rosa na história do festival.

Fotos: Augusto Miranda / Agência Pará

Emocionado, o presidente da agremiação, Tiago Vasconcelos, destacou a força do enredo. “Os catraieiros representam a resistência e a força das tradições de Alter do Chão. Essa canoa não afundou. Essa conquista é resultado de muito trabalho. Quero agradecer aos nossos artistas, aos dançarinos e à diretoria em geral. Essa vitória é de todos que torcem pelo Boto Cor de Rosa. Vamos comemorar.”

O espetáculo levou ao Lago dos Botos, local onde as apresentações ocorrem, cerca de mil participantes e 11 alegorias, compondo um show de cores e simbologia. O Boto Tucuxi, tricampeão e maior vencedor da disputa, com 13 títulos, defendeu o tema “Essência Borari”, celebrando a identidade e as tradições ancestrais do povo indígena que deu origem à vila de Alter do Chão.

As apresentações dos dois botos foram avaliadas em 16 itens por três jurados. O evento também contou com um aporte de R$ 1,2 milhões do Governo do Pará, por meio do Programa Semear, e outros R$ 300 mil, via Secult, para fortalecer a realização do festival. Mais de 700 agentes das polícias Militar e Civil, além de equipes do Detran e do Corpo de Bombeiros, garantiram a tranquilidade da festa. 

História – A Festa do Sairé ou Çairé é reconhecida por lei como manifestação da cultura nacional e ocorre há mais de 300 anos. É uma das maiores expressões do sincretismo cultural da Amazônia, unindo tradições indígenas do povo Borari, costumes dos povos ribeirinhos e influências religiosas católicas. Realizada anualmente em setembro, por uma semana, a festa enche as ruas de Alter do Chão com música, dança, devoção e cores.

A festa começa de forma simbólica, com a busca dos mastros às margens do Rio Tapajós. Este ato inicial conecta o homem à natureza, ao sagrado e ao imaginário místico da Amazônia. O lado religioso do Sairé é marcado pelas procissões, missas e rituais, como o Beija-Fita e as ladainhas, enquanto o lado cultural ganha vida com o Festival dos Botos, que teve início em 1998.

Com informações da Agência Pará e do Senado Federal