Pará

Saiba quem são os vilões da cesta básica no Pará

a primeira fase da reforma O governo federal e várias instituições estimam que a Reforma Tributária terá impacto desinflacionário para a maior parte da população. Foto: Wagner Santana/Diário do Pará.
a primeira fase da reforma O governo federal e várias instituições estimam que a Reforma Tributária terá impacto desinflacionário para a maior parte da população. Foto: Wagner Santana/Diário do Pará.

Diego Monteiro

Uma pesquisa nacional realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) coloca Belém, no Pará, na 12ª posição na lista das capitais com o preço da cesta básica mais caro do Brasil. Com os valores atuais, o paraense precisa gastar um pouco mais para ter o essencial, R$ 632,26 por cada unidade, segundo o Dieese.

Entre os 12 itens que compõem a cesta básica, segundo o Dieese, o café em pó apresentou uma alta de 20,20% entre dezembro de 2021 e 2022. No mesmo período, outro item que sofreu reajuste foi o pão francês, que, com a alta da farinha de trigo passou a custar 28,90% a mais ao consumidor, além do óleo (6,87%).

Na lista estão ainda o arroz e o feijão, queridinhos da maioria dos paraenses. Uma relação amorosa antiga, mas que anda meio estremecida e um tanto quanto salgada. A telefonista Eliana Peixoto, 49, tenta achar explicações para os preços nas gôndolas, mas enquanto não encontra uma resposta, o jeito é colocar em prática a melhor estratégia: a pesquisa. “Tem que pesquisar pois não tá fácil segurar esses custos no caixa”, declarou.

“A pesquisa tem sido a principal opção para economizar, ou seja, vou de um supermercado para outro para tentar encontrar o melhor preço. Outra coisa que tenho percebido é o uso cada vez mais constante de placas de promoções nos supermercados, então quando vejo uma vou logo ver o que é para saber se preciso ou não”, completou.

De acordo com os dados locais divulgados pelo Dieese Pará, o custo de vida dos paraenses é considerado alto e fica entre os maiores do país, puxado principalmente pela alta no preço dos alimentos. Com o preço da cesta básica atualmente, ante ao salário mínimo de R$ 1.320, o trabalhador fica com a renda comprometida em 47%, apenas com alimentação.

CAMPANHA

“É mais fácil perguntar ‘o que não tá mais caro’, pois o oposto já posso responder: ‘tudo está’. Principalmente o café, feijão e a carne são os itens que sempre apresentam um preço diferente de um mês para o outro. No meu caso, tento buscar dias da semana que são específicos para determinados produtos para ver se consigo um preço melhorzinho”, afirmou Regina Melo, 40.

O que a autônoma quis dizer é que as campanhas criadas pelos supermercados acabam sendo uma saída, como as famosas “terça da peixe”, “quarta da verdura”, “quinta da carne”, entre outros. “E assim vamos fazendo as nossas compras todos os meses. Abrindo mão de algumas marcas melhores por outra inferiores, mas sempre mantendo uma qualidade dos itens que vamos colocando nos carrinhos”, concluiu Regina.