Círio de Nazaré

Romaria da Acessibilidade garante inclusão a milhares

Foto Celso Rodrigues/ Diário do Pará.
Foto Celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Diego Monteiro

O Círio de Nazaré ganhou uma nova procissão na manhã deste sábado, a Romaria da Acessibilidade, que oficialmente abriu as portas para que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida pudessem participar ativamente das homenagens à padroeira dos paraenses. O evento histórico durou uma hora de caminhada, estendendo-se por 1,45 quilômetros pelas ruas arborizadas de Belém.

A procissão contou ainda com audiodescrição, tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e com música e narrações em volume de som reduzido. Cerca de 200 voluntários e nove organizações que representam esse público, entre profissionais de diversas áreas da saúde, intérpretes de libras, áudio descritores, deram suporte aos participantes.

“Nós vemos aquilo que acontece aqui. O Círio quer incluir todo mundo. Então, essa Romaria da Acessibilidade é uma expressão do amor de Deus sendo expressa para que tanta gente possa se sentir acolhida no Círio. Desta forma, essa Romaria tem um sentido muito bonito da vivência da caridade. Desejo que ela seja sempre abençoada para todos nós”, disse o arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira.

A procissão começou da rua Dom Alberto Ramos, ao lado da Basílica Santuário de Nazaré. Em seguida, a Imagem Peregrina e os romeiros seguiram pelas avenidas Generalíssimo Deodoro e Braz de Aguiar. O caminho também incluiu a travessa Quintino Bocaiúva, a avenida Nazaré e, finalmente, retornou à Praça Santuário.

Para o casal de servidores públicos, Dilcilene Oliveira e Lucide Mota, 54 e 55, respectivamente, o momento é de fé, mas com uma celebração da inclusão. “Nós, que somos pais de uma jovem com deficiência, sentíamos a necessidade desse momento, de incluí-la nas procissões. Graças a Deus, Nossa Senhora ouviu as nossas preces. Eu só quero agradecer pela saúde dela”, disse Dilcilene.

A Romaria da Acessibilidade também foi uma experiência marcante para pessoas como Roberto Costa, 34, que aproveitou para levar o filho Pedrinho Costa, de apenas 8 anos. “Podemos dizer que esse é um marco, pois percebo que foi tudo preparado com carinho. Um percurso mais curto e ferramentas que fazem com que esse público se sinta pertencente ao espaço, ao Círio de Nazaré. Tenho certeza que não só eu, mas meu filho está maravilhado com a procissão”, concluiu o engenheiro.

A Romaria da Acessibilidade não foi apenas uma adição às festividades do Círio de Nazaré, mas também um passo significativo em direção a um futuro mais inclusivo, onde cada pessoa, independentemente de suas habilidades, possa participar plenamente das celebrações que unem corações e espíritos em devoção à Nossa Senhora de Nazaré.