Em assembleia realizada na tarde desta terça-feira, 7, os rodoviários da Grande Belém decidiram aceitar a proposta de reajuste salarial feita pelo Sindicato das Empresas e descartaram a possibilidade de deflagrar uma greve.
No entendimento dos trabalhadores, as propostas apresentadas pelo Sindicato dos Rodoviários de Belém (Setransbel) foram satisfatórias, a ponto de garantir a reposição das perdas salariais e introduzir questões importantes, como combate ao assédio moral, sexual e racismo. ALém de garantir outros benefícios, como a volta do passe livre para os rodoviários afastados de suas funções por questões de saúde.
“Eles (empresários) deram reajuste com o índice da inflação, e isso nunca aconteceu, vão dar de forma linear, entre outros ganhos, como inserir na cláusula coletiva o assédio sexual, moral e racial. O benefício do passe livre dos trabalhadores que estavam de benefício havia sido retirado há algum tempo e agora concordaram em garantir esse direito novamente. Não vai haver greve. Nesse momento a gente ganhou índice da inflação, que está entre 3% a 4%, e mais 7,5% do retroativo que está em fase judicial para ser pago aos trabalhadors. Vamos ter ganho real 19% esse ano. E acabam nossas perdas salariais”, disse Luciano Barros, diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Pará (STTREPA).
“É uma conquista histórica. A categoria aprovou a proposta, tivemos vários avanços no salário, nas cláusulas sociais e sindicais e reconquistamos o passe livre para os trabalhadores que estavam de benefício”, reforçou Marinaldo Campos, diretor do Sindicato dos Rodoviários.
Já o economista Roberto Sena, consultor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-econômicos (Dieese), avaliou que as negociações foram iniciadas em janeiro deste ano e que, ao final, contemplou todos os lados.
“Foram sete rodadas de negociação desde janeiro, num cenário de bastante dificuldade. O setor empresarial que alegava não ter reajuste de tarifa há dois anos, e a categoria com perda salarial muito grande. Havia ameaça de retirada de direitos. Mas foi possível não só repor as perdas, mas garantir todos os itens de direitos. Não foi o melhor dos acordos, mas foi o acordo possível dentro das dificuldades”.