Em Ananindeua, o Restaurante Popular inaugurado em 16 de abril de 2010, como parte do Programa Fome Zero, possuía capacidade para servir 1.500 refeições diárias ao custo de dois reais. O espaço localizado na Cidade Nova 6, na esquina da travessa We 75 com travessa SN 22, foi pensado justamente para atender à população em vulnerabilidade alimentar. Porém, o que era antes um local movimentado com gente fazendo refeições, hoje o cenário é de descaso e abandono após o fechamento anunciado para reformas.
A Secretaria Municipal de Saneamento e Infraestrutura (Sesan), responsável pelas obras, havia garantido que o restaurante voltaria a funcionar até junho do ano passado, mas o prazo terminou e o que permanece por lá é só o cenário de negligência observado pela população. No local, não há qualquer placa anunciando reformas, o que deixa moradores em dúvida sobre a data para a conclusão dos serviços e reabertura do restaurante.
O que há na área é apenas o prédio do que um dia foi o restaurante, que funcionava de segunda a sexta-feira, das 11h às 14h, para atender a população. O imóvel vazio de trabalhadores e de objetos, como mesas e cadeiras, está subutilizado e na parte lateral há presença de mato e entulhos. Quem passa pelo local e utilizava o espaço para se alimentar, lamenta a situação de desleixo e reclama de que precisa gastar mais para conseguir comprar o almoço do dia.
A autônoma Thatiana Costa, 35 anos, sempre almoçava no restaurante popular devido ao preço baixo da refeição cobrado aos visitantes. Porém, com o fechamento do espaço, agora ela precisa gastar mais com o almoço. Por dia, em um prato feito, ela desembolsa cerca de 20 reais. “Antes dava para comer bem, com arroz, macarrão, feijão e a proteína. Tinha até sobremesa também. Hoje, dá uma tristeza olhar o restaurante sem funcionamento”.
O pintor e marceneiro Luciano Mota, 51 anos, também almoçava no restaurante popular antes do fechamento para a reforma. De acordo com o trabalhador, o espaço já está há pelo menos dois anos abandonado e o impossibilitou de economizar com o almoço. “Aqui antes dava muita gente sem condições de comprar uma refeição com preço alto de 20 reais. Era tanta gente que vinha aqui que formava até fila para entrar no restaurante”, relembra o trabalhador.
Outro usuário que também frequentava o restaurante é o armador de ferragens Ademar Santos, 64 anos. Para ele, o lugar era a solução para quem queria comer bem pagando pouco na Cidade Nova 6. “Vinha gente até de outros bairros almoçar aqui por causa do preço. Era bem organizado e tinha um bom atendimento. Mas aí, atualmente só tem a lembrança. Porque está fechado e nem sabemos quando vai voltar a funcionar um lugar que deveria ter utilidade para a população”, ressalta.